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sexta-feira, 4 de março de 2011

Os Árabes (Ipsis lítteris)

      
       A Arábia é a  mais ocidental de tôdas as três penínsulas do sul da Ásia. Está situada ao sul da Anatólia, entre o Mar Vermelho, o Golfo Pérsico e o Mar das Índias.  Ao  norte predominam longos e áridos desertos onde não há habitações e onde não medra a mais comum entre as plantas.
       Êste deserto foi sempre uma boa fortificação contra os invasores.
       Há aí alguns oásis, onde os pastores erguem suas cabanas e ficam vivendo. Nas zonas do litoral, principalmente a sudeste, existem as terras mais férteis da Arábia, onde há habitações e plantações; é o único lugar onde se pode viver.
       Os árabes são brancos de origem semita da  mesma raça que os hebreus. Desde os tempos mais antigos a Arábia foi  habitada por êstes povos. Distinguiam-se pelo espírito guerreiro. Agrupavam-se em tribos algumas das quais nômades.
       Os Nômades preferiam cuidar de suas cabras e camelos no deserto, onde muitas vêzes assaltavam caravanas e as pilhavam. Êles tinham seu  chefe, ao qual  chamavam de xeque, que era um ancião venerável.
       A  religião primitiva dos árabes era politeísta. Na cidade de Meca havia um santuário comum, de enorme construção cúbica, ao qual chamavam de Caaba, onde se encontravam centenas de ídolos de pedra, com formas humanas ou de certos animais. Êste templo, diziam ter sido construído pelo patriarca Abraão. Os ídolos eram adorados em cima de uma pedra negra, que o arcanjo Gabriel trouxera alva e resplandecente, a qual se tornou negra pelo pecado dos homens.
       No século VI Maomé fundou na Arábia uma nova religião, monoteiísta, cuja propagação se fez pela "Guerra Santa". Os árabes diziam que o fundador desta nova religião, Maomé, era o mensageiro de Alá. Essa doutrina chamava-se  Islamismo, isto é: dirigir-se em oração sòmente a Deus.
       Órfão e sem recursos, Maomé, quando moço, ganhava a vida dirigindo as caravanas de Kadija, uma viúva muito  rica, com a qual casou aos vinte e cinco anos. Quinze anos mais tarde entregou-se ao retiro e meditação, e dizia ter muitas visões.
      Em 622 Maomé foi condenado à morte; por causa disso fugiu da cidade acompanhado por oitenta prosélitos e encontrou refúgio em Yatreb, cujo nome foi mudado  para Medina-el-Naby, istó é, cidade do profeta. Em 630 tomou a cidade de Meca e mandou destruir todos os ídolos que se achavam na Caaba. Dois anos depois da tomada de Meca, o profeta morreu.
       A doutrina do Islamismo está contida no Alcorão, o livro santo dos maometanos, seu código religioso, social e político.
       Sôbre o modo de rezar, nele está escrito: "Quando vos dispuserdes à oração purificai antes o rosto, as mãos até aos cotovelos, a face até as orelhas, e os pés até os tornozelos". "No mês de Ramadã, comer e beber só vos é permitido até o momento em que a claridade vos deixar distinguir um fio branco dum preto".
       Os mamoetanos acreditam na imortalidade da alma e na existência de um só Deus, Alá, e Maomé é o seu profeta.
       Os árabes foram também ótimos conquistadores pois, em um século estendeu-se seu império dos Pirineus ao Himalaia.
                                     José Aureliano Da Silva.
                                             3a. série.
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TROVAS

"Há pessoas neste mundo
de uma grande presunção,
quem me dera eu ser a metade
do que elas pensam que são"

"Triste passar pela vida,
como a sombra pela estrada,
quando passa é percebida....
passou, não resta mais nada".

"As cabeças de muitas pessoas parecem-se
com as casas, o  andar mais alto é
o pior mobiliado (Bacon)"

"Quem não quer pensar é um fanático;
Quem não pode pensar é um cretino;
Quem não usa pensar é um covarde".

FELIZ NATAL, BOM ANO NOVO, BOAS FÉRIAS.
  

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O Egito (Ipsis litteris)

      
       Muito antes de nosso século, antes do nascimento de Jesus Cristo, e também muito antes do maior imperador romano César, floresceu nas belas e ricas margens do Nilo uma nação cujo alto grau de civilização e muito gôsto pela arte, desperta, ainda em nosso dias, grande admiração: foi a nação egípcia.
       Êste país está situado entre dois desertos: um a oeste e outro a leste, e é cortado pelo grande rio Nilo que nasce na região dos grandes lagos e desemboca no Mediterrâneo. Êste rio teve grande influência na nação  egípcia. Após as enchentes, êle deixa na terra um limo preto  que, com calor do sol torna-se úmido e fertiliza a terra.
       Por causa desta fertilidade, as margens do rio começaram a povoar-se de pessoas que formavam grupos de famílias. Estas pessoas, que eram muitas, uniram-se e começaram a fazer canais de irrigação que saíam do rio e que, nos tempos da enchente, transbordavam e deixavam o limo na terra até onde não chegavam as águas do próprio rio.
       O Nilo teve muita influência na navegação e união do país e também facilitou os transportes e as explorações do outro e pedra de granito do baixo Egito. Portanto, pode-se dizer que, sem o Nilo, não haveria o Egito, pois êste é um presente do Nilo.
      O povo, que morava nas margens do Rio, ainda estava sem organização; por isso criou um govêrno cujo chefe recebeu todos os poderes e tornou-se absoluto, tomando o nome de Faraó, isto é: "casa grande".
       Depois que os Faraós começaram a governar, o país começou a progredir; aumentou-se a economia, cultviaram-se as artes, exploraram-se as minas de ouro e granito e inventaram-se os Hieróglifos.
       Podemos dividir o govêrno dos Faraós em duas classes mais importantes: à primeira pertencem os Faraós que cuidaram mais de guerras e conquistas, por isso tinham oficiais bem preparados e, nesse tempo, os soldados gozavam de muitos prestígios. Todavia, o país estava cheio de anarquias com as invasões de outros povos, durante êste tempo.

       À segunda parte pertencem os Faraós que cultivaram a arte e principalmente a arquitetura, como o Faraó Queops que mandou construir seu túmulo com antecedência. Êste túmulo foi feito em forma de pirâmide como o de muitos outros Faraós e é o maior de todos. Por esse tempo o Egito estava no apogeu de sua glória. Mas, logo após esta época em que reinou Ramsés II, veio um período de decadência, seguido novamente por outro período de glória. Depois vieram os persas, que dominaram todo país, e finalmente os romanos, que fizeram do Egito uma provincia romana durante o reinado da rainha egípcia Cleópatra.
       Devemos o conhecimento da história Egípcia ao grande sábio francês, Champolion, que coseguiu, no fim do século passado, decifrar, por meio de uma pedra achada no delta do Nilo, escrita dos egípcios. Essa pedra continha uma inscrição tríplice, uma das quais era egípcia, outra grega e outra demótica. O sábio que conhecia o grego, traduziu-o e fêz a comparação com as outras duas inscrições e tôdas as três apresentavam honras a um Faraó. Assim, comparando os escritos egípcios,  que eram muitos, conseguiu ler a gramática egípcia e traduizr todos os textos dos livros dos egípcios para o francês, que depois foram traduzidos em outras línguas. Traduziram para o português, e assim chegou até nós a história de um povo que viveu há seis milênios atrás.
                                                               Antônio de Ázara Maia
                                                                                      3a. série
$$$$$$$$$$$$$.
Do Talmud
- "Se velhos te aconselham a demolir e jovens pedem que edifiques, não construas; porque o demolir dos velhos é construir e o edificar dos novos é demolir"
- "O que sustenta o mundo é o hálito puro das crianças que frequentam a escola".
Ditado
"Ninguém sabe, exceto eu, onde me aperta o sapato".

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Crônica: o futebol naquele tempo (Ipsis litteris)


CRÔNICAS
(10 de maio até 4 de Julho de 1960)         
         Corre rápido o mês de maio e a temperatura nestes dias é de um frio cortante, de manhã e à noite principalmente. E num tempo dêste o melhor meio de se esquentar é o futebol; e esta é razão por que o dia 21 marcou início de uma série de jogos do nosso infantil controa os dos clubes da cidade.
          Às 15,30 horas, nosso time entrava em campo para lutar contra o Sparta, êste que terminou com 3 X 1 para nós. A partida estava equilibrada e havia ataques perigosos de ambos os times; mas não demorou e furamos o primeiro gol. Pouca depois, um médio esquerdo adversário teve a honra de assinalar o segundo tento para nós, isto é: foi um gol contra.  Mas êles continuaram tentando até que furaram seu primeiro gol, num penal. Na segunda etapa, conseguimos assinalar mais um tento , por intermédio de Antôniio Ázara; com esta quantia acabou a peleja.
         No dia seguinte, domingo, fomos assistir a um jogo em que o Comercial local ganhou do Renascença de Belo Horizonte por 3 X 1, mostrando pela segunda vez sua superioridade àquele time, pois da outra vez fôra 2 X O o placar.
         O dia 26 foi dia santo da Ascenção do Senhor; claro que não houve aula. Na parte da manhã fomos assistir a uma Missa solene na velha Matriz.
         No dia seguinte chegou aqui o Revmo. Padre Martinho, no seu último ano como superior dos Crúzios do Brasil, o qual voltou a 2 de junho.
       Os infantis do Comercial ouvindo dizer que havíamos batido no Sparta, quizeram jogar contra nós no dia 23 para ver se ganhavam, e ser assim o melhor infantil da cidade.Mas, coitados, ainda não havia dois minutos, já estava o placar em 2 X 0, ambos os gols de Raimundo. Mais um pouco e mais outro gol nosso. Passaram alguns minutos em que ficamos  "dando baile", e então assinalaramos mais dois gols por intermédio de Alfredo; e com 5 X 0 terminou a primeira etapa. Na segunda, êles reforçaram o time a ponto de dar mais pressão; marcamo somente um gol, de Luiz, mas os perdidos foram muitos e o baile não vou contar. A partida terminou por 6 X 0.
       Depois de tanto jogar, chegamos a junho, o mês das festas e fogueiras, mas também das perigosas provas parciais.
       Mas ainda não havia acabado nossos jogos: o último foi no dia 4, contra o Sparta que pedira desforra. Logo no ínício erramos um penal. O jôgo  estava difícil para nós, quando num ataque em que a defesa adversária parou, Fidelis aproveitou a ocasião para assinalar o primeiro gol a nosso favor. No segundo tempo os espartanos queriam ganhar a todo custo, recorrendo até a jogadores juvenis, sendo que  combinamos infantis. No início dêste período houve uma paralização, pois não queríamos aceitá-los. Por fim cedemos e jogaram dois.  Os adversários chegaram a ganhar de 2 X 1 numa espectacular reação, mas a nossa foi maior; daí a pouco Max fura o segundo tento, de penal, e não demorou que Antônio Ázara assinalasse mais gols. E assim vencemos por 4 X 2.
        No dia 11, à noite, ficamo sabendo de uma notícia sensacional que nos pôs na maior alegria: dia 4 de julho partiríamos para casa! O amigo leitor deve saber que não temos o costume de passar as férias do meio do ano em casa; portanto é fácil imaginar a nossa surpresa e alegria, ao sabermos disso.
        No dia santo do Corpo de Deus não houve aula. Às 10,30 horas fomos acompanhar uma bela processião que percorreu as principais ruas da cidade, parando em três lugares para haver benção.
       Demorou, mas finalmente chegou o último dia da aula: 18 de junho. Todos estávamos muito alegres pelo término das aulas e animados a fazer boas provas parciais.
       No dia seguinte, 19, assistimos a um ótimo jôgo: Botafogo do Rio X Comercial. O primeiro trazia elementos de grande valor no futebol brasileiro. É claro que não houve possibildade para o nosso Comercial, mas êstes lutram muito para perder do menos possível; o final constou 4 X 0 para os visitantes.
       Dia 20 marcou início das provas parciais que acabaraim sòmente a 30 do corrente. Nestes dias geralmente estuda-se muito, pois todos queremos obter bos notas.
       O dia 23 foi a véspera da partida do Revmo Pe. Lucas, superior desta casa, o qual irira gozar suas merecidas férias no país natal. Não lhe podemos fazer uma boa festa, o que era nosso desejo, pois estávamos em pleno tempo das provas. Mas ainda houve um discurso, lido por Raimundo, no qual lhe agradecíamos pelos esforços e fadigas, e lhe desejávamos boas férias. Em seguida êle nos falou desejando bom aproveitament das provas e nas férias; também nos agradeceu pela nossa colaboração em seus oito anos de seminário. No dia seguinte, às 11,30, Pe Lucas partiu para Belo Horizonte.
       Custaram muito a terminar as provas, já estávmos impacientes; mas finalmente chegou o dia 30, e após uma última prova já estávamos de férias. Agora até dia 4 nossa vida se resumirá em quatro palavrinhas: dormir, rezar, comer e brincar; e naquele dia acima dito partiremos alegres para casa.
                                                         Marcos Antônio Rocha
                                                                       4a. série


                                                          BOAS FÉRIAS

domingo, 23 de janeiro de 2011

O concílio Vaticano II (Ipsis litteris)


O CONCÍLIO ECUMÊNICO
VATICANO II

   Impressionou-se com o presságio de um novo Concílio Ecumênico publicado pelo atual Papa, cuja data da realização ainda não está definida, todo o mundo cristão. Alegrou-se porém, sabendo dos méritos, das fôrças e das influências que até agora têm exercido na Igreja. Sua Santidade está esperançoso e ciente de sua decisão, tanto que fala dêle em todas suas palestras.  Aguarda não o esquecermos até  em nossas mais simples preces para alcançar o êxito visado.

    Um Concílio Ecumênico usa o mais alto poder da Igreja, de maneira que lhe permite dar explicações de casos mais graves e instituições de normas que se estendem sôbre todo o orbe, sem que possa errar, falando sôbre matéria de fé. Sendo por isso  Papa a sua suprema potência, cabe-lhe confirmá-la; sem êle ou sem a sua ratificação não há Concílio Ecumênico.
   Êste a realizar-se é alvo de diversos fatôres que concorreram. Visa-se mais a união dos ortodoxos e protestantes com os católicos. O sumo Pontífice como delegado apostólico, permaneceu durante vinte anos no Oriente, e com êsse tempo conquistou a afinidade daquêle povo que ainda vive fora da nossa religião. Diz João XXIII: "Primeiramente uma aproximação do Oriente, depois o contacto e a reunião perfeita de tantos irmãos separados da antiga Mãe comum... Desejamos uma paz e entendimento entre católicos e êles.
   Ao dirigir uma carta ao clero de Veneza expressou-se sôbre o Concílio, que é a causa do aparecimento da submissão do clero, da dilatação da caridade, da fixação dos sacerdotes em seu terreno etc...
   Averigando Sua Santidade os fatos passados, deteve-se no período tridentino; ficou a par dessa era de perplexidade cujas calamidades foi um resistente adversário do Concílio de Trento em 1545. Olha agora também na época presente o perigo do comunismo e do materialismo, e como aquêle dera ótimas conclusões, talvez seja outra causa do próximo.
   Tratar-se-ão também de certas partes do Direito Canônico e alguns casos da doutrina Social da Igreja.
   Para preparar o necessário, há já várias comissões,  agindo, tendo por presidente o Secretário  do Estado  do Vaticano: Cardeal Domênico Tardini.
   Até o presente já houve vinte Concílios Ecumênicos, doze no Ocidente e os outros no Oriente. Oprimeiro teve lugar em 325 na cidade de Nicéia, então em terras orientais. Nele estava presente o Imperador Constantino; o último feito em Roma (Ocidente) com  o nome de Vaticano (I), não foi oficialmente terminado, por causa da invasão dos italianos no Estado do Sumo Pontífice em 1870.
   Tomarão parte dêste agora tôda a Cardinalícia, todos os Bispos, os Prelados, alguns Abades, Superiores Gerais de Or-


dens Religiosas, certos teólogos, além de outros. Segundo parece, será o primeiro que usará os modernos meios de comunicações, como rádio, o cinema, a televisão, etc.
   Os Protestantes, a respeito da união estão reagindo fortemente. Diversos líderes de seitas religiosas em suas revistas maldizem-no, não querem colidir-se de forma alguma, tendo até um Anti-concílio Mundial com o nome : "Concílio Internacional das Igrejas Cristãs". Com referência aos protestantes brasileiros, alguns  o vêem com bons olhos, como um dos bispos da Igreja Metodista do Brasil: Rev. Sucasas: "O Cristianismo uno é possível, porque Jeus Cristo jamais ensinou uma utopia ao homem e jamais exigiu do homem o que fôsse impossível ".
   Outros porém , dizem que o Papa está com receio do comunismo e que, para dar-lhe combate, quer a ajuda dos protestantes; que Roma quer o domínio das consciências, etc. Dizem também que são muitos os obstáculos que lhes impedem a coesão: 1) a infabilidade do Papa: para êles o humano é falho e possível de êrro.
2o. os dogmas da Igreja.
3o. a persuasão íntima da Igreja Católica de que está com a verdade, etc. Mas a obstância maior é de terem de palmilhar o caminho de Roma e ascenderem os degraus do Vaticano onde está o núcleo do Cristianismo.
   O pontífice Romano espera nossa colaboração nos seguintes âmbitos: a) nas orações; b) no lado financeiro; c)ns informações, a fim de que, através dêste Concílio possa se elevar a melhoria do mundo e, de  um modo particular, mostra o exemplo da união da Igreja a tôdas as seitas extraviadas da Santa Mãe comum.
                                                              Geraldo Hélcio Seoldo Rodr.
                                                                            4a. série
                                                       
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Você sabia que:
as formigas têm suas "vacas"?
Estudiosos afirmam que as formigas, ao passar as patas dianteiras nas costas de pulgas, que habitam nos formigueiros, dela retiram um líquido branco e muito doce: o "leite", com  o qual alimentam os filhotes da rainha. Em troca de tão relevante serviço as pulgas podem alimentar-se dos cogumelos que existem nos formigueiros. A êsse gênero de vida dá-se o nome de simbiose (vida em comum)

sábado, 22 de janeiro de 2011

Crônica: a vida no seminário (Ipsis litteris)


CRÔNICAS
(Janeiro e fevereiro de 1960)

   Como o tempo e a oportunidade me permitem, começarei narrando um acontecimento muito digno de menção, principalmente para nós, os seminaristas: o nosso regresso dos queridos lares, cujo carinho nunca podemos esquecer, para um outro lar onde todos os jovens sonham com o grande ideal de pertencerem um dia à comunidade dos sacerdotes, serão bem recebidos.
   Nesse inesquecível dia de regresso, houve uma cena  tão sentimental e comovente como nenhuma outra realizada entre aquêles pais e respectivos filhos que viram as costas a um ambiente tão carinhoso e confortável e se dirigem para o seminário para aí cultivar em si a árvore da ciência e se preparar para mais tarde despertar do êrro aquêles que vivem mergulhados sempre no sono da ignorância e instruir os cegos de  espírito.
    Imaginemos aquêle espaço de tempo em que pais, filhos e demais parentes se abraçavam longamente, já na hora da partida. Então, depois dêsses instantes, tão prazerosos, um grande silêncio vem esmagar e sepultar aquêles gozos e todos voltam para casa com o coração carregado de saudades e tristezas.
   Estamos no seminário há mais de um mês. È incrível que  ainda nos restem vestígios da saudade de casa. Ainda não pudemos esquecê-la de todo. Para isso são necesários mais alguns mêses.
   Muitos perguntarão a si mesmo: "que será que êstes meninos fazem no seminário durante êsses dois mêses de férias?
   Meus amigos, leiam a minha resposta e  ficarão sabendo o que aqui fazemos, o que lhes será uma surprêsa. Durante êstes dois mêses não ficamos atôa um instante sequer. Fazemos  passeios pelos campos, que parecem um pouco com piqueniques, mas não são bem isto.  Nesses passeios deixamos o mato completamente limpo de frutas. Somos iguais a um bando de catitú quando entra numa lavoura de mandioca. Já provamos de todas as frutas que existem nesses matos daqui.
   Fomos algumas vêzes a uma tal "Usina Velha" para nadar e voltamos com um sortimento de frutas que durou muitos dias. Fomos também a "Vila Vicentina" de Campo Belo,  onde há muitos doentes inocentes, com os quais nos divertimos bastante. Não nos devemos esquecer do Pe. Alberto que dedica tôda sua vida aos doentes.
   Certa vez, quando voltávamos de um dêsses passeios, aconteceu um caso muito gozado comigo. Foi o seguinte: estava o sol Campobelense recolhendo seus últimos raios. Íamos andando por uma das belas ruas da cidade deliciando-nos com o frescor do crepúsculo quando deparamos com uma "furreca", cujo motorista estava preocupadíssimo e não sabia o que fazer. Lamentava-se de que sua "furreca" tinha afogado ao subir o morro.. Como já lidei alguns  anos com um motor de luz, posso assim dizer que tenho alguma experiência sôbre êste assunto. Convidei-o para queimar as velas que talvez houvesse jeito. Parece-me que êle não sabia o que eram velas. Pedi-lhe, então, uma chave para arrancá-las, mas êle respondeu que não havia. Resolvemos então empurrar a furreca, mas não houve jeito. Já estávamos quase deixando o pobre homem no mesmo  estado, quando chegou, por acaso, um caminhão com dois mecânicos. Um dêles examinou o carro e logo verificou que não havia gasolina. O dono disse  que havia pôsto gasolina havia poucos instantes. Mas em vez de tê-la colocado no tanque apropriado, êle a tinha pôsto no tanque de reserva.
   Dia 2 de fevereiro houve uma grande festa na Ordem da Santa Cruz, quando o primeiro seminarista crúzio brasileiro, José Maria, natural de Belo Horizonte, fêz a sua profissão religiosa. Essa profissão consta dos votos de pobreza, obediência e castidade. Isto aconteceu em Leopoldina onde está o nosso seminário maior.
   Os novatos (8) chegaram dia 28, chegada essa que muito nos preocupava, pois estávamos esperando desde o dia 24, mas só chegaram no dia 28 às seis da manhã, por trem. Quando saímos da capela depois da meditação e fomos ao dormitório para arrumar as camas, encontramos-nos com êles sentados nas malas, cansados e com muito sono, pois tinham viajado durante a noite inteira.
   Foi nomeado diretor do ginásio o Pe. Justino, pois o antigo Pe. Humberto, foi para Belo Horizonte a fim de restabelecer-se da doença que  o prostou no ano passado. Agora já está tudo arrumado e desde poucos dias começamos a fazer fôrça com os estudos, cada vez mais pesados.
                                                               Antônio Araújo Bessa, 1o. Cláss.


Carraro: Ah! ah....
Seoldo: Por que ris tanto?
Carraro; É porque Vicentão disse-me que andou 10 Km. à cavalo, e no fim estava morto de cansaço e suava mais do que o animal.
Seoldo: Puxa! O sol devia estar bastante quente.
Carraro: Ah! Ah! Não; é porque o cavalo dêle era de pau, ah, ah!
Vicente: Ô sô bobo; isto foi um sonho que tive, ontem no estudo.










Marquinho
Você acredita que os homens chegarão  a ver os astros de perto?
J. Geraldo: Pois se eu ontem na rua, com o dia claro, sem querer vi muitas estrêlas e        ainda um galo que cantava bem ao norte da lua, quando esbarrei com um poste!!

Miscelânia (Ipsis litteris)



 











ANO LETIVO DE 1960
   Iniciou-se êste ano com 29 semina-
ristas, distribuidos sôbre as seguintes
séries
1o. ano clássico ----- 1
4a. sérei ginasial----  4
3a.   ,,         ,,    -----  5 
2a.   ,,         ,,    -----  3
1a.   ,,         ,,    -----  5
Admissão----------   11

MISCELÂNIA

Advinhações:

        I   Há muito que tu me olhas.
             não sei o que queres ver:
            o que tu és, eu já fui,
            o que eu sou, tu vais ser.

       II   Seis mortos espichados,
             cinco vivos passeando;
             enquanto os vivos passeiam;
             os mortos estão cantando.
      III   
         1) Qual a diferença entre o ma-
             quinista e o alfaiate?
         2) Que faz a galinha quando se a-
              poia numa perna só?
          3) Que é que tem cinco dedos, mas
               sem carne e sem osso?
         ___________________







  A residência de Beethoven não prima-
va sempre pela limpeza. Certo dia,   um
amigo, não o encontrando em casa, espe-
rou por algum tempo no quarto onde Beet
hoven costumava trabalhar. Ao sair,    pas
sando pelo piano de cauda, por sinal, co-
berto de pó, fêz a brincadeira de,        no
móvel, traçar a palavra "porco".
   No dia seguinte, renovou a visita,
- "Estive ontem aqui, e não o encontrei"
- "Eu sei, respondeu Beethoven, achei o
     seu  cartão de visita no piano"

                $$$$$$$$$$$$