segunda-feira, 24 de novembro de 2014

ENTREVISTA COM EDGARD MIRANDA ALFENAS

Parte 1 
Entrevistador: Seoldo


  
                      
 
O entrevistador ver contexto
1 Seoldo: Edgard, a editoria do blog dos Encontros dos Easistas o escolheu para ser o próximo entrevistado. Todos sabem da situação atual de sua saúde. Você optou pela luta... Nada de entrega. Testemunhamos isso. Então, gostaríamos de ter conhecimento de sua biografia, desde bebezinho/moleque até o atual senhor de terceira idade, barbudinho e fogoso, com esta voz estridente, ao interpretar "Cancione Per Te" e "La Malagueña", que muito nos encanta.

Edgard: Fico muito feliz em ter sido escolhido para ser entrevistado por você, o membro internacional do nosso Encontro. Além de um baita amigo, é uma pessoa sincera e joga limpo. Você e a Judite sempre nos emocionaram. A Cátia e eu nos tornamos grandes amigos de vocês, e o grande fator que permitiu esta aproximação foi a sinceridade que está constantemente desenhada em seus rostos.
Edgard rodeado de amigos, á direita
 o casal Judith e Geraldo Seoldo, à
 esquerda,  Maria José e Cátia.
Cátia e Bianca, foto dos

anos 1980
No que diz respeito à minha saúde, decidi por não deixar nada velado, pois a verdade não tem medo da luz. Claro que não seria necessária tanta divulgação, mas o interessante é que isto só me veio acrescentar inúmeros benefícios, ao receber ajuda das pessoas que amo. Omitirei nomes, com receio de esquecer alguém, pois isto seria um desastre. É o caso dos parentes em Senhora de Oliveira, que se desvelaram em todos os sentidos, desde o tratamento médico alopático, até o alternativo, natural, chás etc. Destacando o campeão, o chá de pariri, esse é o nome popular. Sucumbir jamais, nem mesmo eu sabia da coragem que permanecia, até então, adormecida, esperando para ser desafiada. Hoje, a Cátia e ela são minhas companheiras diletas, sem mencionar a grande fé em Deus. Neste caso, o medo seria um enorme contraditório.

Fazenda da Vargem, onde Edgard 
nasceu e viveu até 1954
Quanto à minha trajetória de vida, desde bebezinho, conforme sua indagação, não há muita coisa a contar: uma criança pobre, nascida numa modesta casa da roça, onde a dificuldade convivia conosco.
Edgard, no canto superior à esquer-
da, no tempo em que mal conhecia
 a luz elétrica
Éramos oito irmãos: sete pessoas maravilhosas e eu, que era o caçula. Infelizmente, os dois primeiros já faleceram. Conheci luz elétrica somente aos sete anos de idade. Rádio, nem pensar, nossa casa era iluminada com lamparina, aquela que deixa o nariz preto de fumaça e a casa cheia de monóxido de carbono! 







Depois que mudamos para a “cidade”, onde havia na época dois mil habitantes, nossa vida teve um progresso considerável.Tínhamos energia elétrica, privada com descarga, etc. Um fato curioso: minha irmã mais velha puxou a corda da descarga e tomou o maior susto; nunca vira antes aquele aguaceiro. Meu irmão, ao se deparar com aquele interruptor de parede que ficava pendurado, 
Cadeira de engraxate
penso que nem existe mais, ficou por mais de dez minutos, ligando e desligando a lâmpada. Sua admiração nos contagiava, afinal tudo era novidade para nós. Éramos roceiros com R maiúsculo, embora filhos do prefeito da cidade. Meu irmão, Lulu, e eu trabalhamos de engraxate, mas a caixa não era nossa. Havia uma espécie de concessão ou parceria, de maneira que tínhamos de dividir o lucro com o patrão, o dono da caixa.
Rosado, o segundo burro que prestou
 serviços para a prefeitura, mas
 não o último.
Nossos pais eram agricultores. Mais tarde, meu pai ingressou na carreira política, porém sem nenhuma remuneração. O caminhão da prefeitura era uma carroça puxada por um burro chamado Penacho. Como o desenvolvimento não para, anos depois no segundo mandato, ele adquiriu mais uma carroça e outro burro, agora já com mudanças significativas, o nome do burro não era Penacho, mas sim Rosado. Deixando de lado nosso jeito matuto de viver, diga-se de passagem, éramos felizes e não sabíamos.

Edgard. camisa vermelha, e Lulu, camisa branca,  anos 1970
Seguindo em frente com a resposta: aos sete anos me matriculei na escola, idade certa daquele tempo, Lulu já estava bem mais adiantado, portanto nunca tive a satisfação de ser seu colega de sala na escola primária. Aliás, tal não aconteceu em nenhuma escola, a não ser na escola da vida, onde aprendi  muito com seus ensinamentos. Logo ele foi para o Seminário, deixando-me com muita saudade. . Assim que terminei o primário, tratei logo de agir. Quando vi o Padre Marino recrutando crianças por aquelas bandas com o nobre objetivo de levá-las para estudar no Seminário, eu mesmo tomei a iniciativa de falar a minha mãe que queria ir para lá, tão somente para ficar perto do Lulu. Porém aquela direção espiritual do Padre Humberto pouco a pouco me foi envolvendo, no bom sentido, é claro. Cheguei a pensar que queria ser padre a qualquer custo, em caráter irrevogável. Este desejo, na verdade, durou muito pouco, pois a vida, como sempre, apresenta surpresas e mais surpresas.
Lulu resolveu deixar o Seminário e até me avisou antes, porém fiquei numa enrascada terrível: se iria ficar, mesmo sem o Lulu, ou se sairia também. Nós sempre fomos inseparáveis, como vocês podem perceber até hoje. Eu jamais abriria mão dessa amizade literalmente fraterna. E, agora, não falo somente da amizade dele, mas também a da Maria José e a de seus filhos, como a de todos os meus irmãos com seus filhos, pois devoto a todos um especial afeto.

Fui amadurecendo a ideia por alguns meses e acabei por decidir pela saída. Não que o Lulu tenha me influenciado de alguma forma; muito pelo contrário, ele até queria que eu ficasse. Enfim decidi sair.
Edgard em
1962, EASO
ver contexto 


A partir daí, começaram as erratas da vida, acho que desenhei andorinha e saiu morcego... Fui para o Rio de Janeiro morar com minha irmã mais velha, que era como se fosse nossa mãe, para continuar o ginásio.  Porém meu pai, sem mais nem menos, numa das férias em que fui a Senhora de Oliveira, segurou-me por lá querendo que eu completasse o curso  ginasial lá. Mesmo ainda novo, compreendi meu pai. Ele era o fundador do ginásio, quando prefeito, pois antes não havia.
Edgard Alfenas, o pai, e 
Rita Henriques de Miran-
da, a mãe. Foto de 1960
Só que eu não queria ficar lá, insisti muito com ele, com muito respeito, até conseguir voltar para o Rio. Parece que meu pai pensava que, no Rio, eu andava em más companhias. Na cabeça de pai é natural este tipo de preocupação, apesar de na  maioria das vezes estarem enganados. É prova disso que o pai do outro pensa da mesma forma. Neste desencanto atribulado, fiquei envolvido em muitas idas e vindas, o que quase acabou por completo a minha vontade de estudar. A idade não esperava, seguia em frente e com velocidade. Neste interregno fui morar em Belo Horizonte, parei de estudar, trabalhei em uma empresa de transporte - a TRANSFARMA. Fiquei lá durante um ano ou dois. Interessante, esta é uma das coisas de que tenho poucas recordações.


"Fui trabalhar num escri-
tório de contabilidade".
Diante dessas circunstâncias fiquei um bom tempo sem estudar. Se não me falha a memória, até por volta do ano de 1965, pois foi quando saí para trabalhar. Não era minha vontade parar de estudar, difícil seria provar isso. Parecia que o universo conspirava contra mim. Pessoas, até de fora da família, costumavam dizer: “ele não quer estudar”.

Então, fui trabalhar num escritório de contabilidade, nestas alturas já no Rio, mas o emprego não durou muito. Circulei por diversos empregos e por algumas vezes cheguei a voltar para Belo Horizonte. Ah! Isso eu já disse. Acabei por ir tentar trabalho em São Paulo, como vendedor de livros, isso foi entre1969 e 1970. Em um mês vendi  apenas uma coleção, que foi devolvida pelo cliente 15 dias depois. Enfim, rodei muito.  Esta peregrinação durou até 1971, quando voltei para Senhora de Oliveira e por lá acabei me casando. Abri uma farmácia, com a qual só fiquei três anos, até 1974, quando passei a loja para outro. Foi nesta farmácia que o nosso amigo Alfredo apareceu como vendedor e quando ele se identificou: sou Alfredo, o bom de bola do Seminário. Num impulso involuntário olhei seus pés para ver o sapato que ele usava no Seminário, quase dez centímetros maior que seus pés. Piada velha, não é?, depois de doze anos. Mas foi verdade.  A esta altura o Alfredo sabia que a farmácia era de alguém que fora seminarista em Campo Belo. Adivinhar não vale.

Advogado por vocação e esforço
Daí, eu fui morar, de novo, em São João de Meriti, cidade da Baixada Fluminense onde estou até hoje. Continuei casado até 1980, quando por razões diversas me separei. A partir daí, sofri bastante em relação a querer estudar, fui trabalhar, agora não mais em escritório de contabilidade, mas numa empresa que mudava sempre os horários de trabalho. Às vezes, em pleno ano letivo, eu começava estudar à noite, meu horário de trabalho mudava também para a noite e vice-versa, atrapalhando-me a frequência ao colégio. Podia até ser coincidência, mas parecia que algo conspirava para que eu não estudasse. Lutei contra tudo e contra todos, no sentido figurado, é claro, e encarava essas atribulações com naturalidade, a mesma com que hoje encaro  a minha doença, o que talvez não seja tão simples. Diante desta situação determinei: não comunicaria mais quando estivesse estudando, e não é que a estratégia deu certo?... Pouco a pouco consegui trilhar um bom trecho do caminho. Faço parte de uma empresa séria e extremamente solidária em todos os sentidos.
Em 2012, foi candidato a vice-prefeito e por isso sua presença
no Encontro de nova união se fez pela foto na traseira de um

jeep. Na foto, amigos easistas desejando-lhe boa sorte nas elei-

ções. 
Em 1988, ingressei na política e, além de ser um dos fundadores do Partido Social Cristão (PSC) em São João de Meriti, fui candidato a vereador, sendo o mais votado do partido, porém não consegui ser eleito, pois não fizemos legenda. Como outros políticos brasileiros, resolvi mudar de partido, indo para o Partido Liberal (PL) e novamente me candidatando a vereador. Desta vez (1992), pensava que seria eleito, pois o PL já havia conseguido eleger dois vereadores. Outra vez tive votação expressiva, mas de novo não obtivemos a terrível legenda. Em suma: não consegui eleger-me em nenhuma das duas vezes em que fui candidato em São João de Meriti.  Então, resolvi fazer uma mudança maior, em 2012 fui me candidatar a vice-prefeito na cidade de Senhora de Oliveira,  desta vez pelo Partido Progressista (PP). Fui apresentado como candidato pelo presidente do partido, seria condição sine qua non. Para ele continuar no partido, aceitei a candidatura, pois tratava-se de um amigo  confiabilíssimo. O que se sucedeu é de pasmar a qualquer um: este presidente me deixou à deriva e as más línguas diziam até que ele iria votar no candidato adversário, que era, inclusive, adversário dele mesmo. Durma-se com um barulho deste! Isto me fez ver, também com resignação, que a política não é o meu forte.  O pior foi: perdemos a eleição com diferença de 1,5%. Depois disso, desisti de vez. E ainda continuo amigo do presidente do PP, apesar de contrariar muita gente.

Nadja e Nara, filhas
"Em 1982 encontrei o grande
amor de minha vida, a Cátia".
Em 1982, encontrei o grande amor da minha vida, a Cátia, que manda um grande abraço para você, a Judite e seus filhos, que ainda não conhecemos e esperamos fazê-lo brevemente. Temos uma família linda, embora pesarosos por ter perdido o nosso filho Marco Aurélio,
Marco Aurélio, uma
grande perda
restando-nos o prazer de curtir os netos e as cinco filhas, apesar de todas já terem suas vidas independentes. Os netos são: o Chicão, que antes era Chiquinho, hoje com 18 anos e 1,82 m de altura; o Caleb, com dois aninhos
Tatiane, filha
apenas. Ah!  O primeiro casamento que mencionei acima foi com a Maria Stela, com quem tenho lindas filhas, sou amigo dela até hoje e a respeito imensamente. Hoje ela reside na casa da minha primeira filha, onde é bem tratada e bem cuidada. O Chicão é filho desta minha filha. Um lembrete: as três filhas que menciono já estão inseridas no contexto onde disse cinco filhas, ou melhor, três do primeiro casamento e duas do segundo.
Núbia, filha
Francisco Cardoso, neto
Voltando à vaca fria, consegui terminar o segundo grau, depois de muita batalha e muito suor, já com certa idade. Já casado com a Cátia, que muito me incentivou, consegui me formar em Direito e fui advogado até o mês de julho do corrente ano. Fui nomeado para o cargo de Delegado de Prerrogativa da 19ª Subseção do Estado do Rio de Janeiro, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no período de 1º de junho de 2004 a 31 de dezembro de 2006. Também fui membro do Conselho do Meio Ambiente de 2007 a 2009 e participei do II Simpósio sobre Modificações e Consequências no Novo Código Civil, no período de 11 a 14 de março de 2003.
Caleb, neto, e Bianca, filha.
Escrevi dois livros. Um sobre Direito: "Contrato de Adesão"; outro de contos: "Reflexos do que vi", ambos publicados pela Editora Veloso. Como ficcionista participei também da Antologia Veloso de 2011, com o conto A casa do Xaquearão. Na Antologia Veloso de 2012, em companhia de vários autores brasileiros, publiquei "Cantiga Inacabada", tudo pela mesma editora, sob a coordenação de Eliosmar Veloso. Pretendo escrever outro, cujo título, tenho em mente: "O Romance e o Câncer".

Por hora, sou um gira-mundo, sem rumo, sempre em companhia da Cátia, é claro, pois ela é meu anjo da guarda. Quando Deus quiser me chamar, estarei à disposição.

A questão do barbudinho com voz estridente cantando no jantar oferecido pelo Comandante Nonato, em Belém, fica por conta do seu julgamento, sou consciente: não sou cantor, nem de longe. Esta expressão “fogoso” tem vários sentidos, pelo menos aqui no Brasil, cada um tem sua visão. Agora: como suas perguntas são um tanto quanto extensivas, as respostas são consequência delas e eu gosto assim, porém, só quem gosta muito de ler é que terá paciência em apreciá-las.
2.  Seoldo: Com a carga vivencial nas suas costas até agora, adquirindo experiências, conhecimentos, relacionamentos, visões... Como você descreve o mundo atual que vai se desabrochando como deve ao redor de você e diante de seus olhos?
 Edgard: Eu diria que em minhas costas nunca existiu grande carga vivencial, apesar de ter exercido advocacia etc. No meu trabalho, por exemplo, o nível cognitivo nunca foi exigência primordial. Não que deveria ser assim, mas não era da minha alçada. Nunca trabalhamos com nenhum intercâmbio ou coisa do gênero. As transformações do mercado também não me diziam respeito. Afinal, como todos sabem, sou sócio minoritário de uma empresa, no ramo frigorífico. É claro e notório que ocorrem constantes transformações no mundo do trabalho, porém atualmente não passo de um simples analisador de contratos e de um viajante sem rumo.
Em relação aos familiares, num passo, às vezes frenéticos, por se tratar de juventude, não me abstenho de citar o pensador Carl Gustav Jung: “Tenciono agora fazer o jogo da vida, ser receptivo a tudo que me chegar, bom e mau, sol e sombra alternando-se eternamente; e, desta forma, aceitar também minha própria natureza, com seus aspectos positivos e negativos...”. Porém, faço o jogo da vida com resignação, e só me tem chegado o bom, com seus aspectos positivos.
 
"Tenciono... aceitar também minha própria natureza, 
com seus aspectos positivos e negativos"
A ciência não é um complicador. Pelo contrário, ela tem por objetivo fazer descobertas, assim se tornando vulnerável a fatores culturais, sociais e econômicos. Lembre-se da lamparina, da descarga da privada e do interruptor de parede. Dela se espera a resposta, sempre correndo atrás do porquê das coisas, dos fenômenos que ocorrem, etc. Não me agrada muito a linguagem diferente daquela do dia a dia, porém necessário se faz cultivá-la. O conhecimento científico vai muito além de uma visão que se apoia em experiência comprovada ou em coisa vivida, separando-nos em mundos diferentes.
Na minha concepção, sempre afirmo que o homem é perverso por natureza. Justamente aí que o famigerado capitalismo, mesmo com seus altos e baixos, é infelizmente considerado como o melhor sistema econômico para a sociedade como um todo. Esse capitalismo, de certa forma, é o grande vilão, o grande protagonista, gerador de miséria e violência no mundo todo. Uns enriquecendo em detrimento de outros, ou seja, uns se dando bem, outros se dando mal. Homem explorando homem, prevalecendo-se sobre a miséria do outro. Nunca tive dúvidas de que o mundo é mau e não tem a menor piedade.

3.  Seoldo: Voltando para a época do menino Edgard, seminarista da EASO... Conte algumas coisas que lhe marcaram ou mesmo ajudaram sua caminhada.

 Edgard: Na verdade, tudo no Seminário, apesar do pouco tempo em que lá fiquei, ajudou-me demais. Aprendi a disciplina que mal ou bem pratico até hoje, o respeito às pessoas e o mais importante, ser honesto em relação à vida. Lembre-se de que, quando cometíamos uma falta jogando futebol, a gente mesmo tinha que se acusar. Onde se vê isso fora de um ambiente igual àquele? E inúmeros outros fatores me ajudaram e muito em minha caminhada pela vida afora.

4.  Seoldo: Você e a Cátia caminharam bastante a pé em Belém, às vezes, em direção à Basílica de Nazaré. Como você explica e descreve sua religiosidade atual?

"Sou católico apostólico romano".  Na foto, em frente ao altar
da Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, Belém do Pará
Edgard: Quanto à caminhada que a Cátia e eu fazíamos em direção à Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, nem sempre era para ir à casa de Deus, mas em muitas delas íamos assistir à Santa Missa. Penso que respondi tudo, mas a minha religiosidade é simples, sou católico apostólico romano. Existem autores afirmando que a religiosidade difere da religião e propõem uma maneira de viver também diferente. Em sua maneira de entender, são dispensáveis inclusive os vários instrumentos usados na liturgia católica, como as oficinas de orações, os folhetos nas missas, os livros doutrinários etc. Para eles, não dependemos de religião para percorrer o caminho do amor, da caridade, da piedade, etc. Porém discordo inteiramente deles, pois precisamos de fé com raízes profundas para não morrer de sede e ter sempre alimento espiritual  para nossas almas, através daquilo que está escrito, daquilo que praticamos em comunidade. Também não concordo muito com o sincretismo religioso, para não misturar a fé católica com algo que não entendemos. Isto me assusta, pois são crenças incongruentes.
Neste momento estou ouvindo, na TV Aparecida, a consagração a Nossa Senhora. É ouvindo mesmo, porque estou voltado para o computador para responder suas embaraçosas perguntas. Porém, gostei muito desta.

5.  Seoldo: Sua corajosa revelação no ônibus sobre seu problema pessoal de saúde abriu muitas portas... Fique à vontade em descrever sua atitude, sobretudo a decisão de não se entregar.
 
"Uma decisão velada emerge e a gente a revela".
Edgard: Entregar é palavra fora do meu vocabulário em se tratando de questões como  essa. Não considero que minha revelação foi corajosa, é algo que a gente só sabe quando o fato acontece; uma decisão velada emerge e a gente a revela. Não sei se é todo mundo assim, creio que não. Quanto às portas se abrirem para mim, foi muito mais do que eu esperava, tanto com meus familiares até com pessoas antes estranhas e hoje conhecidas; a solidariedade tem sido incomensurável.






Parte 2 
Entrevistador: Siovani

Siovani:  seu conto aguçou-me a curiosidade; se não infringir direitos autorais, poderia ser publicado no blog? Ou onde encontrar o livro?

Capa do livro Reflexos Do Que Vi
Edgard: peço desculpas, pois fui ao jantar na intenção de falar sobre o livro e só não o levei, por um único motivo. Li suas indagações quando já estava em Belo Horizonte, entretanto, abordamos outros assuntos, diga-se de passagem, bem agradáveis, o que fez cair o tema do livro no esquecimento.
Vou lhe mandar o livro com maior prazer, mas não vá pensando que seja grande coisa. É um livrinho modesto, falo quase tão somente de Senhora de Oliveira, talvez por bairrismo ou por falta de criatividade. Não domino esta qualidade que você esbanja. Trata-se de um livro de quem ainda é um aprendiz apesar dos 66 anos, publicado numa editora cuja modéstia é sem comentários. Entretanto, não quero transferir a culpa se algo não saiu bem, acredite.  Por outro lado, presentear um escritor de seu quilate com um livro é algo muito sério, mas o farei com carinho. Vale citar Luiz Fernando Veríssimo: "Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é aquela que não tem medo do ridículo".

Siovani: em certo encontro você disse que gostava da comida do Seminário. Por talvez ter sido a única vez em que ouvi tal afirmação, gostaria de que falasse sobre isso, tal como naquela conversa.

Mexido à mineira
Edgard: gostar da comida do Seminário pode ter sido atribuído ao fato de a comida da minha casa ser talvez inferior, o que possivelmente não aconteceu com você, suponho. Naquele tempo o rango lá em casa era bem fraquinho. Penso que o mesmo não aconteceu com o Lulu, pois ele saiu bem mais cedo de casa. Diziam que a sopa do Seminário era quase água pura e o interessante é assim que gosto até hoje, talvez pela força do hábito. Agora neste nosso bate-papo penso também que pode ser uma questão de época. Você foi para o Seminário anos depois de eu ter saído. Baseado no comentário do Padre Agostinho no primeiro encontro, pode ser que a comida sofreu perda em sua qualidade, na ocasião em que você permaneceu lá. Ele disse que atravessaram uma fase crítica. Embora gosto seja uma questão subjetiva: “De gustibus  non est disputandum”. Este provérbio medieval foi o Lulu quem me ensinou. Se estiver incorreto, é com ele. Trata-se de briga de branco.

Lembre-se do primeiro encontro quando, na apresentação, eu disse: “O Seminário de Campo Belo foi um dos lugares em que eu fui mais feliz em toda minha vida”.  

Siovani: sei pelas nossas conversas que o assunto não é tabu: morrer pode ser uma chance de fazermos algo inusitado na vida, algo que nunca antes pôde ter sido experimentado, principalmente para os que sabem sobre a outra vida, como o mestre Jung sabia, jamais por crença. Fale-nos um pouco sobre o que o aguarda.

Edgard: devo salientar que ousei citar, com todo respeito, o mestre Carl Gustav Jung, de forma circunstancial, mas dentro do contexto que o relato mereceu. Naquela fase da minha vida que se transformava, penso que prevalecerá a ideia dentro do ponto de vista da aceitação.
Abordar a morte jamais será tabu, pelo menos para mim. A meu ver, é apenas uma passagem. Quero dar uma pincelada, no que diz respeito ao mestre Jung, com sutileza e com muito respeito. Friso apenas fatos pertinentes à pergunta como, por exemplo, da experiência da quase morte descrita no livro Memórias sonhos e reflexões, no capítulo intitulado Visões.  A abordagem pode impressionar, sim, por ser numa época bem diferente da nossa. Em 1944, o Dr. Jung fala com riquezas de detalhes de suas experiências como, por exemplo, quando se viu flutuando fora do corpo e estando a 1.500 km de altura. Pessoas que vivenciam algo próximo da morte se referem nada mais, nada menos que a experiência de transcender o mundo físico e normalmente isso causa mudanças diversas, principalmente espirituais. A discussão é muito mais abrangente. Alguns clínicos andam preocupados com esta situação, pois são conhecimentos adquiridos não pela via normal de percepção.
Enfim, a maioria destas experiências de quase morte é relatada por pessoas normais e sérias. São verdadeiras, por  isso não modifica minha convicção, pelo contrário, reforça-a.
O que me aguarda pode se afirmar com a verdade impregnada em mim desde o ventre de minha mãe:  DEUS = SANTÍSSIMA TRINDADE, MARIA, MÃE/FILHA, e todos os santos, parentes, amigos e conhecidos... Imploro a DEUS,incansavelmente, que todos tenhamos este privilégio. E teremos! Quanto à beleza é inimaginável.
Quando JESUS disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, Ele não cometia um discurso vazio. Esta é a chance de conhecer algo completamente afastado das normas gerais, algo nunca vivido nem visto antes. Não se trata de crença, porém da verdade que inadmite o contraditório. Vinda de DEUS.  Ela é única. Somos todos pecadores. Mas filhos de DEUS. Ai de nós, não fosse a sua infinita misericórdia. Daí se explica o fato de não ter medo da morte.
Na minha jornada tenho a certeza de que DEUS está presente. Embora tenha uma longa estrada pela frente. Devo melhorar e muito minha vida cotidiana em todos os aspectos. A palavra tem poder de colocar-nos dentro de um contexto, zelo pela salvação da minha vida, porém não confio em mim mesmo, mas sim em DEUS. Pensem o que melhor lhes aprouver, sou valorizado por ELE mais que mereço. Sei que sou um pecador. Vivo num contexto de doação com limites, tento privar o outro de ser contrariado, mas nem sempre o consigo. O outro necessita às vezes de um pouco de aborrecimento...  Não me aventuro a viver uma existência que não é a minha. Sei que estou salvo em JESUS.  Procuro fazer tudo para agradar ao SENHOR em todas as áreas da vida. Vivo em constante exercício de conversão, porque somos cruéis e pecadores.  O mundo é mau, porém nem todos os homens o são.
Sei que estou, como todos, entre a vida e a morte, a salvação a gente escolhe hoje, agora! Sinto-me um privilegiado.
Agradeço a Deus por ter me colocado de novo no caminho regrado, de onde nunca deveria ter saído. Neste sentido, a canção do Padre Zezinho se encaixa como uma luva, ao dizer: “Embora eu me afastasse e andasse desligado, Meu coração cansado resolveu voltar! Eu não me acostumei nas terras onde andei”.
Só para ilustrar: “Ó Pai, Senhor do céu e da terra! Louvo a ti, pois ocultaste estas verdades dos sábios e cultos e as revelaste aos pequeninos” (Lucas 10-21). 

Tenho grandes amigos espíritas, são pessoas despidas de vaidade que me fascinam. São defensores da caridade, enfim praticantes do bem etc. Fui presenteado por um amigo, comum, entre nós, com o livro: O livro dos espíritos(Allan Kardec). Aproveito o ensejo para agradecer-lhe. Há divergência ao dizer: Jesus é apenas um dos muitos filhos de Deus, ou, um espírito iluminado como muitos outros. Para mim Jesus é filho de DEUS sim, mas, é DEUS. Aliás, se o mistério, Santíssima Trindade, fosse simples, não seria mistério. Contudo, adoro ler sobre o espiritismo. Não se trata de sincretismo religioso, não pratico nenhuma outra religião, senão o catolicismo.

O trecho acima parece ter-se desviado do objetivo, mas não: aproveitei meu próprio gancho para agradecer ao amigo pelo livro. Ao mesmo tempo falar da significativa ajuda do Dr. Jung, mesmo sendo filho de pastor protestante, com o objetivo de difundir fenômenos mediúnicos, filho de Emilie, filha também de pastor, mas aberta a questões do gênero, enfim... Não devo me aprofundar, além de não entender o suficiente, seria fugir do foco. Abriríamos um leque interminável.  Tornar-nos-íamos cansativos aos leitores, ficando cada vez mais minguados. Como vem acontecendo.

Evidências bíblicas
"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz"  (Isaías 9-6).
“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)” (Mateus 1-23).
"Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros" (Êxodo 3-14).
"Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU" (João 8-58).
"Por isso, eu vos disse que morrereis nos vossos pecados; porque, se não crerdes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados" (João 8-24).

Não sei se respondi a contento, mas o fiz com carinho e cautela, para não pisar em falso. Um forte abraço a todos os easistas espalhados por este mundo a fora. Deus abençoe a todos e os guarde hoje e sempre, que o Espírito Santo não se afaste de nós e, sobretudo, cumpra sua vontade sobre nossas vidas. Isso é para o mundo inteiro. Perdoe-me se não consegui alcançar todos os objetivos das perguntas.






quinta-feira, 20 de novembro de 2014

ENTREVISTA COM OS PADRES CRÚZIOS DE SANTA TEREZA PARA O V ENCONTRO DA EASO

 Entrevista coordenada por Tupy

Padre Guilherme, que representou todos os padres de Santa
Tereza, em entrevista ao vivo, em novembro de 2013.
Queridos padres Leonardo, Guilherme, Tiago, Teófilo e João Maria, essa entrevista deve-se à necessidade de tomarmos um maior conhecimento histórico da presença dos Padres Crúzios no Brasil com o objetivo de buscar  um melhor conhecimento da influência dos senhores em nossa formação.

As perguntas aqui apresentadas não estão dirigidas, especificamente, a um dos senhores, mas a quem se achar mais apto a responder. As respostas não precisam ser longas, queremos voltar ao passado e reviver com os senhores a experiência  da vinda ao Brasil, a Terra da Santa Cruz. Necessariamente, os senhores não precisam falar da história da Ordem, posto que, membros que fomos da Escola Apostólica Santa Odília, muito ouvimos e lemos sobre tão legendária origem. Vamos lá?

1ª- É possível lembrar como foi, com quem foi e onde aconteceu o primeiro contato da Igreja do Brasil com as autoridades da Ordem da Santa Cruz para enviar padres Crúzios para nossa terra?

Resposta: Padre Theodoro Kokke, holandês da cidade Grave, foi encarregado pelo Bispo de Belém a pedir ao Mestre Geral,  van Dinther, uns padres para ajudá-lo na pastoral, por exemplo, na pastoral de suas visitas pastorais, na sua grande diocese de Belém. O pedido foi bem recebido

2ª- Para se tomar uma decisão é preciso definir objetivos, analisar os prós e os contras, não é mesmo? Qual ou quais os objetivos foram estabelecidos? O que viriam fazer aqui no Brasil?

Resposta: não foi encaminhada ao Blog.

3ª- Isto posto, pergunta-se: O que lhes foi oferecido em termos de condições para se estabelecerem aqui? Houve um documento formal assinado entre as duas partes, ou seja, entre aquele que fez a solicitação e quem a atendia?

4ª- Quais foram os primeiros padres a serem destacados para o Brasil?

Resposta 3 e 4 . Os primeiros que foram enviados:  padre João Batista Verkade,   padre  Pedro van Bree de Santa Agatha e padre João Maria Verkuylen, de Diest (B), onde fora mestre de noviços. Mais tarde foi nomeado também  padre Henrique Plag, que já era professor no Colégio Santa Cruz em Uden, este viajou a partir de Portmouth, Inglaterra.  De um possível documento assinado por ambas as partes, não nos é nada conhecido.

5ª- Em relação à pergunta anterior, como foi e quais as dificuldades encontradas durante a viagem?

Resposta: 5. Não falaram nem escreveram sobre esse assunto.

6ª- Na chegada ao Brasil, é possível lembrar-se do local que pisaram pela primeira vez nessa nossa terra brasileira? Quem os recebeu? Para onde foram levados?

Resposta 6. Os primeiros três  viajaram de navio, (“Orania” era seu nome) foram para Recife e, depois de duas semanas, a Belém; e foram recebidos por padres Lazaristas, que os levaram  para o palácio episcopal, onde ficaram os primeiros tempos e receberam aulas e treinamentos de português.  Alberto Ramos, seminarista naquele tempo, foi encarregado disso.



7ª- E aí,  qual foi o local estabelecido para a missão? Onde foram morar? Como foram para uma casa própria? Onde ficava? Quem foi o primeiro Superior?

Resposta: 7.  O primeiro superior foi padre João Maria Verkuylen. Dom Lustosa  pediu que os padres não ficassem limitados a acompanhamento de visitas pastorais e que assumissem um colégio para a juventude. Mas  Padre João Maria insistiu na pastoral no meio de povo, foi atendido, porque as pessoas que moravam entre  a Baía de Guajará  e o Rio Guamá concordaram com o grande espaço “de águas a águas”...A primeira moradia era uma casa perto do Hospício dos Alienados, que estava aos cuidados das Irmãs Filhas de Santa Ana; elas cuidavam das refeições dos novos padres.  Depois, as irmãs, Filhas de Santa Ana, ofereceram a sua casa de noviciado e, também, um empregado, o Sr. Benito Francisco Xavier; este, um amigo fiel, desde  o início esteve ligado aos Crúzios “para o que desse e viesse”. Em  1950, o padre Humberto Nienhuis comprou a casa no Barão de Triunfo 3161, onde os Crúzios moraram até que o governo geral da Ordem resolveu retirar-se de Minas Gerais (2011). 

8ª- Quais foram as primeiras atividades pastorais desenvolvidas? A língua dificultou muito?

Resposta 8. As primeiras atividades foram paroquiais: visitas às famílias, preparação ao Batismo e 1ª Comunhão, cuidar dos doentes, pastoral dos jovens e animação geral da sua vida.  A nova língua, o português, dificultava.

9ª- Estrangeiros em terras diferentes: clima, língua, cultura, alimentação, doenças tropicais, etc... Muita coisa para adaptação. Havia algum relacionamento com outros grupos de religiosos que já se achavam estabelecidos? Ajudaram muito? Contem para nós!

Resposta: 9. Muito claramente, desde o início foi o contato pastoral com as Filhas de Santa Ana e os padres Lazaristas. Foi o motivo do nome da casa dos Crúzios: “Convento de Santa  Ana”.


10ª- Sabemos muito bem que Belém do Pará foi o ponto inicial das atividades crúzias no Brasil, não é verdade? Pois bem, contem como foi o desenvolvimento das atividades nessa Cidade das Mangueiras, como, por exemplo a constituição da Casa, a formação das Paróquias, o trabalho missionários nas desobrigas, etc...

Resposta: 10. Os Crúzios, desde o início, moravam em comunidade religiosa da Ordem;  esse hábito foi o motivo de que a cada dia retornassem à sua comunidade para rezar, alimentar-se e recrear. A partir desta comunidade fizeram-se as  atividades pastorais. A forma original foi uma única paróquia da Santa Cruz, situada na Avenida Almirante Barroso (antigamente Tito Franco). No início, os padres falavam com os fiéis e praticavam a obra missionária em “capelas”;  só ao redor de 1974 essas capelas se transformaram  em “paróquias”.

11ª- Daqui “Pra Frente”, gostaríamos que discorressem sobre a descentralização, ou seja, como e por que deixaram Belém e buscaram outras terras, para aonde foram, como chegaram a Campo Belo. Quem sabe até relatar alguns “causos” interessantes vividos nesse tempo todo?

Resposta 11. Os Crúzios chegaram à Belém do Pará, Brasil, em 1934. Chegou a 2ª guerra mundial. O Mestre Geral Guilherme van Hees, eleito em  Julho de 1947; foi no mesmo ano  para Belém em visita canônica;  aí  resolveram expandir para Minas Gerais.  O Mestre Geral van Hees junto com  Sebastião Sweerts  e Martinho  Arntz viajaram ao Rio de Janeiro para uma reunião dos seminários no Brasil. Encontraram o núncio e os carmelitas e aí conheceram o carmelita holandezWijsbeck; foi aí  que ouviram dos redentoristas de Juiz de Fora que cederiam uma capela (de Santa Rita) da paróquia redentorista da Glória; por isso foi erigida a paróquia Santa Rita, aos cuidados dos Crúzios. A partir de Juiz de Fora, os Crúzios foram para Belo Horizonte, e a partir de lá, para Campo Belo, dentro da recém-criada diocese de Oliveira.  Surgiu disso a necessidade de uma “escola apostólica” que se desenvolveu até o atual “Colégio Dom Cabral”; depois, a pedido do bispo de Leopoldina, foram lá, sonhando em noviciado, uma casa para seminário maior e uma paróquia para sua manutenção; tudo isso se concretizou na paróquia “São José Operário”.


12ª- Hoje, constatamos que só existem duas Casas Crúzias no Brasil, a saber, Santa Tereza, em Belo Horizonte e Campo Belo. Pergunta-se, por que não estabelecer apenas uma Casa?

Resposta 12. No fim do desenvolvimento histórico encontramos a casa de Belo Horizonte; a última marca da província adulta “Senhor Bom Jesus”;  aí o governo geral dos Cruzios reuniu os “missionários” que nasceram na Europa; formam uma casa da “Província européia dos Crúzios”. E como sinal da esperança do futuro no Brasil, foi destinado Campo Belo, com sua rica história do “Colégio Dom Cabral”, com a mesma finalidade de casa de formação dos Crúzios.   Os quatro novos padres brasileiros: Júlio, Wilson, José Claudio e Elione são os frutos da extinta  província “Senhor Bom Jesus”, sob a orientação direta do governo geral em Roma

13ª- Acreditamos que os senhores se sintam realizados com o que fizeram e continuam fazendo; parafraseando São Paulo: “combati o bom combate, guardei a fé... resta aguardar a coroa da vitória”. Que mensagem deixam para nós que, de uma ou outra maneira em nossas vidas de crianças, jovens e dentro de nossas comunidades, convivemos com os PadresCrúzios da Ordem da Santa Cruz?

Resposta: a resposta a essa pergunta não foi enviada ao Blog.

Agradecemos pela entrevista e saibam que nutrimos um grande amor pelos Padres Crúzios.

Post scriptum

Abaixo dois vídeos com os padres crúzios de Santa Tereza. O primeiro com os padres João Maria, Teófilo e Tiago, em 13 de dezembro de 2014. O outro com o padre Tiago.








quarta-feira, 12 de novembro de 2014

VI Encontro de Belém - fotos de José Geraldo Assunção


Foto 1 - o autor 
José Geraldo de Assunção, gentilmente, nos cedeu  algumas de suas belas fotos que aqui publicamos.  Ao lado, na foto 1,  o autor saboreia um tigela de açaí com farinha.






Foto 2 Easistas se preparando para  o passeio à ilha de Siritiba

Foto 3 Chegada à ilha de Siritiba

Foto 4 - O restaurante da ilha de Siritiba no momento em que os easistas chegavam para o almoço


Foto 5 Restaurante da ilha de Mosqueiro.
?Foto 6 Leandra e Rosalino na ilha de Mosqueiro
Foto 7 Edgard e José Geraldo em foto enigmática - Será que vai chover?  Ele está vendo! Cuidado com a manga!
Foto 8 Foto poética capta o momento em que os easistas entram no Forte do Presépio, Belém do Pará.
Foto 9 Na Praia Grande do Outeiro, todos queriam sombra e água fresca, exceto os que gostam da branquinha.
Foto 10 Foto histórica para os encontristas - Praia Grande Caratateua ou Outeiro, Belém do Pará
Foto 11 Botequim de Praia 
Foto 12 - No lobby do Hotel Grão Pará - minutos antes da homenagem ao guia. Guilherme