quinta-feira, 30 de junho de 2011

Entrevista com Tião Rocha

Entrevistado: Tião Rocha (62)
Antropólogo, Folclorista e Educador Popular. Presidente do CPCD - Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento.
Articulador e criador de tecnologias e métodos de ensino de uma escola aberta (não formal).
Ganhador de diversos prêmios de órgãos nacionais e internacionais;
Membro do Fórum Econômico Mundial, pela Fundação Schwab, Suiça.


Tião Rocha nos tempos de Campo Belo,
Minas Gerais, de 1961/1964
Descendo a  Rua Paraisópolis, na divisa do Bairro Santa Tereza com o Horto, em Belo Horizonte, fomos ao encontro do nosso ex-colega de seminário de Campo Belo, Minas Gerais, o Tião Rocha. Temos com ele um forte laço de estima atado nos tempos da Escola Apostólica Santa Odília, desses difíceis de desamarrarem-se. Agora que organizamos esses Encontros periódicos que reúnem amigos da adolescência, estamos em busca de um pouco da história de cada um, na medida em que o tempo nos permitir, esperamos que cada um de nós possa se revelar e mostrar por onde anda sua vida e por onde caminham suas realizações, que valores tem e o que pode nos ensinar. Este que estamos procurando agora é o resultado da transformação e desenvolvimento daquele menino que nos anos 1960 corria conosco nos campos de pelada, ou atrás das frutas do mato, das laranjas e das águas da Usina Velha, e que caçava passarinho com o Geraldo Lemos e colhia jatobá e araticum em árvores altas. Aconteceu conosco que as amizades esmaeceram com um longo tempo de afastamento, mais de quarenta anos, mas que, suprimida a distância e reativados os contatos, logo se reacenderam. Estes Encontros, sem nos tirar do que somos hoje, fazem-nos relembrar das brincadeiras da sala de recreio, dos jogos de finco no pátio em frente, das pelejas para derrubar ou rachar os piões dos menos peritos, e de tantos outros brinquedos.
Tião Rocha, já de muito, é um grande educador com visibilidade no meio educacional, já publicou diversos livros, concluiu muitos projetos nas áreas sociais e está em plena atividade operacional e intelectual. Reconhecido pela mídia e pelos setores das comunidades mais exigentes em termos de desenvolvimento humano, ele coleciona, o que não é um fim, muitos prêmios nacionais e internacionais. (Vide link Tião Rocha premiações)

Terminada a entrevista, toda gravada em áudio para reprodução em computador, Tião Rocha dirigiu uma mensagem aos seus colegas Encontristas da EASO (única gravada em vídeo) que, nesta edição, colocamos em primeiro lugar:  



Compondo o perfil do Entrevistado

Sentados embaixo de um quiosque de sapé, sombra fresca e ambiente muito agradável, guarnecidos com uma garrafa de café ao estilo mineiro, iniciamos nossa conversa com a intenção de traçar, pela palavra do próprio entrevistado, o seu perfil.

Tião Rocha, o educador popular. 

Frases: "Especializei-me em cultura popular"; "Sou educador popular por opção política";
"Minha área de graduação é história e pós-graduação na área de antropologia cultural".


Filosofia política, religião e pessoas inspiradoras

Queríamos também passar para o leitor uma visão mais profunda sobre nosso entrevistado e pedimos-lhe que falasse sobre sua filosofia política e religiosa, e quais são as pessoas que o inspiram.
Frases: "O meu desencanto é no geral com os partidos, hoje eu sou defensor do Setor Zero que é governado pela ética"; "Hoje eu sou Líder Social Brasileiro (2007) pela Fundação Schwab e Folha de São Paulo"; "Eu acredito em Deus, mas não acredito nas religiões que estão aí"; "Inspiram-me: Guimarães Rosa, Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Leonardo Boff e Nelson Mandela. Guimarães Rosa diz que temos que beber de todas as águas, eu procuro fazer isso. Paulo Freire (para mim é um verbo que se conjuga no presento do indicativo : eu paulofreiro, tu paulofreiras, ele paulofreira...)"
.



O trabalho, o aprendizado e os prêmios

Frases: "Fui professor durante muitos anos, há 30 anos eu tive um “insight” (como dizem os americanos) e nós  mineiros chamamos  de "clarão" mesmo"; "Eu fui o primeiro professor da Universidade Federal de Ouro Preto a pedir demissão. Segundo eles, a gente só podia sair de lá com o pé na cova"; "Em 1984 criei o CPCD"; "É possível fazer educação em qualquer lugar, só não é possível fazer educação sem bons educadores"; "O projeto Araçuaí: Cidade Sustentável (Vale do Jequitinhonha), foi escolhido, em 2011, como um dos cinco projetos de cidades em sustentáveis do Mundo, em Estocolmo, Suécia"; "Minha dedicação é absoluta para o CPCD"; "Hoje, trabalhamos no Maranhão, no Projeto Cuidando do Futuro, para reduzir a mortalidade infantil neonatal em 17 municípios"; "Em Moçambique, onde trabalhei na década de 90,  aprendi que para educar uma criança é necessário toda uma aldeia"; "Aprendi com eles a convocar 'a aldeia', seja para salvar crianças da morte, seja pra zerar o analfabetismo, seja para tirar da ideologia do auto-desprezo as populações marginalizadas (em Moçambique as pessoas morriam de melancolia), mas para isso eu tive que desaprender".



Os tempos do seminário

 


Ele nos falou do período em que esteve no seminário e sobre suas lembranças daquele tempo.
Frases: "Eu estudei lá de 1961 a 1964"; "Até 2008 eu não me lembrava de quase nada, essas memórias apagadas voltaram dentro do I Encontro"; "As boas lembranças que vieram sempre com relação às amizades e ao companheirismo, principalmente no futebol. De resto, eu achava aqueles padres muito chatos, prepotentes. O único que tornou-se, posteriormente meu amigo e companheiro de ideal foi o Justino, com quem bebi boas e honestas cachaças. Grande figura: o primeiro ambientalista que conheci".





Uma vocação?

Mostramos ao Tião Rocha algumas fotos antigas que foram enviadas pelo Raimundo Nonato Costa em 2008 para que fossem utilizadas, na medida em que aparecessem as oportunidades ou necessidade, ouça o que ele disse no áudio abaixo:



O que é um ser humano bem-sucedido?

Perguntamos-lhe o que é um ser humano bem-sucedido. A resposta está no áudio abaixo.
Frases: "O ser humano bem-sucedido é aquele que consegue viver a sua vida com dignidade"; "A vida é uma dádiva que a gente recebe e que tem que ser vivida plenamente; a vida não tem segundo tempo, nem segunda divisão ... tem que ser vivida a cada momento"; "Como diz Guimarães Rosa, 'viver é perigoso, porque não se viveu ainda'.  A gente está aqui de passagem, somos inquilinos da Terra, para realizar quatro coisas: para ser livre, para ser feliz e para ser educado, a outra coisa para isso é ter saúde. A única coisa que precisamos “ter”  é saúde, o resto temos que 'ser'  ”.

O aprendizado transformador

Pergunta: o que distancia você daquele Sebastião acadêmico?
Frases: "Eu tive, em 1974, um aluno chamado Álvaro..... um dia eu cheguei na escola, eles me disseram, temos um problema, o Álvaro se matou... aquilo me marcou de tal ordem (não saber porque ele havia se matado) que me prometi, nunca mais vou perder um (aluno)...O Álvaro ficou encantado, tornou-se um anjo que me acompanha todos os dias de minha vida... Se tornei-me um educador (aquele que aprende) e deixei de ser professor ( aquele que ensina), devo isso a ele..."



Perguntas relacionadas ao ramo de conhecimento e desenvolvimento do entrevistado.

Como medir o sucesso na educação?

Que medições podemos aplicar para avaliar o sucesso na educação?  Foi nessa linha de questionamento que entramos na próxima pergunta.
Frases: "É uma pergunta que eu já me fiz em 1995: o que garante qualidade na educação? construímos e  aplicamos, até hoje, 12 indicadores, chamados de IQPs; Estes Indicadores (IQPs) (link) ... se transformaram em tecnologia social certificada: indicadores sociais"; "O ponto do doce é quando as pessoas descobrem que podem; os gringos chamam de “impowerment”...lá no sertão nós dizemos é “empodemento”, quer dizer ...”nóis pode”...rsrsrsrsrs. Muito antes do Barack Obama nós já usávamos o “nós podemos”... mudar o Mundo".



O  conceito de família

Ele não foge das perguntas, é fácil arrancar-lhe uma opinião, um ensinamento que nos leve a uma reflexão, em nenhum momento se fechou em copas, mostrou-se por inteiro. Confira o que é a família na visão deste Educador (áudio abaixo).
Frases: "Família para mim significa lugar do acolhimento. Quem nunca teve colo ou cafuné não sabe dar cafuné para o outro"; "Eu fui criado em casa e na rua; eu adoro a rua e fiz nela meus grandes amigos, até hoje,  e parte importante da minha aprendizagem de solidariedade"; "Como educador eu não quero tirar os meninos da rua, eu quero mudar a rua...se é nelas que nos formamos como cidadãos e como povo, por que privar os meninos disto..."; "Nós, adultos, deveríamos ser “pais e responsáveis “ por todas as crianças, independentes se nascidas da  gente ou não ..."

O ENEM como meio de inclusão social

Tião Rocha, o que você acha do ENEM como um meio de inclusão social? A resposta está no áudio abaixo.
Frases: "O modelo do ensino que temos está perdido"; "A pergunta é: nós queremos criar um mundo dos espertos ou de gente ética?"; "Pobreza, para mim, não é defeito"; "O modelo (de ensino) vai só se modernizando, mas não se transforma; existe, hoje, uma lógica mercantilista: a escola tornou-se o 'aparelho ideológico do mercado'... e que mercado!"; "E se todo o sistema hoje de avaliação está preso à esta ótica mercantilista, portanto o ENEM cumpre apenas este papel. É uma pena!"


Bullying, homofobia e preconceitos em geral


Frases: "O nó da questão é quando as 'diferenças' entre as pessoas são transformadas em "desigualdade', o outro deixa de ser 'diferente' e torna-se um 'desigual', um inimigo. Pronto! Encrenca! precisamos ouvir e aprender com as diferenças"; "Ser diferente é bom, nos enriquece como humanos; se nós não pegarmos e ir a fundo nesta questão... vamos viver em guetos"; "A solução: todas as escolas – do prezinho ao pós-doctor – deveriam se construir a partir da Carta da Terra "








Tião Rocha, o antídoto

Tião foi recentemente entrevistado num programa de televisão chamado "Antídoto", pegando a deixa, nós lhe perguntamos: Tião, você é antídoto para qual tipo de veneno? Confira a resposta no  áudio abaixo:


O folclore e a história dos meninos

Perguntado sobre a importância do folclore na história local, Tião Rocha respondeu e fez os desdobramentos que passam por sua histórica pessoal como motivo de sua inquietação com a falta de conhecimento da história das crianças, e da herança cultural de cada uma delas; falou sobre os motivos que o levaram a cursar história e, posteriormente, pós-graduar-se em antropologia. Tudo começou quando ele afirmou em sala da aula: "Eu sou sobrinho de uma rainha". (Escute o áudio abaixo).


Obrigado!

Terminada esta entrevista, agradecemos de coração ao nosso amigo e colega Tião Rocha que emprestou-nos alguns minutos de suas preciosas 30 horas diárias de trabalho. De nossa parte, saímos do CPCD certos de que valeu a pena tornar aquele dia 22 de junho de 2011, véspera de feriadão,  um pouco mais elástico.

Os Crúzios, um encontro de irmãos. Uma bela visão.

por Tupinambá Pedro Paraguassú Amorim da Silva

1-INTRODUÇÃO

                Meus caros amigos e companheiros de caminhada: Encontristas, melhor seria dizer turma dos “ex-seminaristas” da família crúzia, atendendo aos insistentes pedidos de saber mais a respeito da vida dos crúzios no Brasil. Dizem os Padres que eu sou a testemunha viva dessa história. Então aí vai. Certamente que fatos aqui narrados poderão não estar completos (vocês podem completar), todavia procuramos nos ater à veracidade dos mesmos. O que importa é que o nosso testemunho como “membros vivos”, possamos contribuir com a nova vida que se delineia para os Cruzios do Brasil, radicados em Campo Belo, nossa antiga e querida casa. Como é uma longa história, talvez seja melhor publicar por partes. Ok!


2-   HISTÓRICO

                Pessoal, para início de conversa, saibam todos que foi no dia 14 de fevereiro do ano de 1963, na parte da tarde que cheguei a Campo Belo. O Raimundinho veio comigo.  A recepção foi calorosa. Todos estavam no pátio do Colégio “Dom Cabral” nos esperando. Ansiosos e temerosos recebemos as boas vindas do Padre Humberto, diretor da Escola Apostólica “Santa Odília”. Quem foi dessa época deve lembrar como chegamos cansados e apreensivos. Lembro-me bem do Raimundo, do Chicão, do Carraro e do Antônio de Ázara, os demais fui conhecendo gradativamente, assim como os padres Justino, Agostinho, Clemente, Lucas e Cornélio os mais presentes no nosso meio. Os demais quando por lá apareciam ou porque davam aulas no Colégio. Foi o caso dos padres Pedro, João, Artur e Luiz.

                Nesse ano houve uma grande seca, nada de chuva. O Sertão estava muito seco. Um dia numa estrada que passava pelo lado do Seminário ocorreu um fogaréu nas margens dessa estrada. E lá fomos nós, os seminaristas maiores ajudar a apagar o fogo. Quem se lembra desse fato?

                Quanta coisa boa para nos lembrarmos, não é? Vivências, convivências, dificuldades, peladas, passeios, diversões, férias.

                Falando em férias, recordo que não sabiam para onde me mandar. Santana do Jacaré, Belo Horizonte ... Por fim optaram por Leopoldina. Fui adotado pela família do Carraro. Em Leopoldina fiquei conhecendo o Bessa e o Seoldo. O José Maria de Carvalho Coelho já tinha ido para Roma continuar os estudos. Fiquei em Campo Belo nos anos de 1963 a 1964. Em 1965 fui para Leopoldina. Lá, eu, o Carraro e o Antônio de Ázara fomos introduzidos no Noviciado. Mas isso é para outra história.



Sobre os Crúzios convém lembrar que os primeiros Crúzios a chegar ao Brasil vieram respondendo a um chamado e assim assumiram a sua vocação missionária na Terra da Santa Cruz, em Belém do Pará. Isso lá pelos idos de 1934. “Só mesmo a fortaleza na Fé, Dom de Deus, ao lado de uma confiança ilimitada no futuro desta terra... após sofrerem epidemia de malária que causou a morte de muita gente e entre elas de santos Padres Crúzios... os impediu que deixassem o Brasil...” (documento encontrado).

              Foto 212 No pátio do Colégio Dom Cabral, Campo Belo - MG




             Estes primeiros missionários Crúzios se destacaram por sua vivência religiosa, por sua indumentária (hábito branco, cíngulo preto, escapulário preto com a cruz vermelha e branca no peito e a capinha preta - vide foto 215) e trabalho pastoral. Eram conventuais. Todos aqueles que se propuseram a viver a vida religiosa crúzia, não foi por verem como viviam, mas sim como atuavam e pela bondade e amor com que assumiam sua vocação e atuação pastoral.


Poucos conviveram com eles na intimidade da vida conventual para dizerem que gostariam de viver como eles. Apenas desejavam ser como eles, viver como eles, trabalhando pelas almas como eles o faziam. Aliás, diga-se de passagem, parece que não se preocupavam em formar religiosos nativos do Brasil. Os primeiros candidatos foram recrutados pela observação de suas qualidades e virtudes e não por um aprofundamento de conhecimento vital. Também isso era pouco provável, pois os candidatos eram crianças, jovens imaturos que gostavam dos padres João Maria Verkuylen, João Batista Verkade, Pedro van Bree, Henrique Cuppen, Geraldo van der Weiden, Teodoro Arnoldus, José van Duijnhoven, Martinho Arntz, Henrique Plag, José van Duijnhoven, Cornélio Huijgens, Francisco Jutte, Geraldo van der Weiden, Martinho Arntz, Sebastião Sweerts, Teodoro Arnoldus (1934-1939). Padres Antônio Broersen, Guilherme Ivits, Humberto Nienhuis, Francisco Nllesen, Alberto Jagger, Marino Verkuylen, Arnaldo van Kuyk, Egídio Donkers, Luiz Huitema, André Bleeker, Jerônimo Barten, Jaime Meekel (1946-1950). Padres Pedro Schreurs, Cornélio van Vroonhoven, Jorge Custers, Hilário de Jong, Lucas Boer, João Marcelo van Grunsven, Bernadro Rutten, Teófilo Dalessi, Arthur de Haan, Clemente Pepping, Luis Fransen, Geraldo Copray, Justino Obers, Henrique Weinands, Henrique Duimel, Guilherme van de Lokkant, Paulo Bot, André Zegers, Antônio Reijnen, Honório de Laat, José Maria Bakker, Tiago Boets (1951-1959). Padres Francisco Dortmans, Jõao Maria van Doren, Agostinho Reijken, Leonardo Bogaartz, Harolo Hubers, Bernardo van de Vem, Guilherme Potveer, Tiago van Winden, Cristiano Kuppens, Geraldo van Kemenade, Pedro Dekker, João Antônio Beukboom, Cornélio van Stralen e Teodoro Verbruggen (1951-). A maioria passou por Belém-Santa Izabel do Para, outros por Belo Horizonte, Leopoldina, Miracema, Juiz de Fora, Astolfo Dutra, Rio de Janeiro e Campo Belo.
Foto 213 Casa da Barão

Ao todo, salvo maior engano, foram sessenta Padres Crúzios que pela Terra da Santa Cruz passaram. Hoje contamos com os padres Leonardo Bogaartz, Guilherme van de Lokkant, Teófilo Dalessi, Haroldo Hubers, Tiago van Winden e Teodoro Verbruggen. São os “Últimos dos Moicanos” originários da Província Holandesa (européia). QUAIS DESSES INFLUENCIARAM EM SUAS VIDAS? QUEM LHES SERVIU DE EXEMPLO? SEJAMOS GRATOS!

2.2-      O DESEJO DE CONTINUIDADE


Somente a partir de l948 os Crúzios chegaram a Minas Gerais e ai se desencadeou todo um processo racional de recrutamento elaborado, empreendido e desenvolvido pelo Padre Marino Verkuylen e, de forma muito resumida pelos demais padres em suas paróquias.



Em termos de “produção”, o trabalho foi um pouco infrutífero. Em uma primeira instância, apenas um brasileiro chegou ao sacerdócio. Foi o Padre Antônio de Araújo Bessa. Um grande hiato tomou conta da história da formação de novos Crúzios no Brasil.

Até que, de repente, uma luz brilhou no túnel e houve um novo começo. Padre Francisco Sinvaldo, Padre José Antônio, Padre Carmito (?), Padre José Maria e agora, nos dias de hoje alguns professos dão maior alento e esperança à continuidade da Província. Como é o caso do Padre Julio, do Padre Wilson, do Padre José Cláudio e do Padre Elione, este último filho de Campo Belo e ordenado no dia 18 de junho desse ano.

Circunstâncias pessoais ou de divergências internas, os Padres Crúzios brasileiros: José Antônio, Carmito, Francisco Sinvaldo e José Maria e agora o Padre Teodoro estão vivendo sua vocação como Padres Diocesanos. Há um dito interno que nos consola: “Os Crúzios do Brasil não perderam seus padres. Eles os prepararam para bem servir à Igreja do Brasil”.  Só isso já bastaria para fundamentar a presença dos Crúzios no Brasil e seu trabalho pastoral e missionário. Mas só isso não bastou; a semente da Cruz ficou em Belém do Pará, Campo Belo, Belo Horizonte, Leopoldina, Rio de Janeiro, Juiz de Fora, Miracema, Astolfo Dutra e nos diversos lugares por onde nossos queridos Padres Crúzios passaram.



Coisas novas estão acontecendo na Família Cruzmaltina, na Família Crúzia da qual de alguma forma nós participamos. Chegou a hora de nós, como partícipes dessa família, nos coloquemos a disposição dessa nova dimensão de fazer brotar  uma NOVA FAMÍLIA CRÚZIA, POIS AFINAL “IN CRUCE SALUS MEA”, traduzindo: “NA CRUZ ESTÁ A MINHA (NOSSA) SALVAÇÃO” e “PELA CRUZ A VIDA”





3-                  CONCLUSÃO

Essa narrativa vale para nós também. Nós não nos perdemos. Hoje somos cristãos autênticos. Bons pais de família. Excelentes profissionais em quase todas as áreas de conhecimento. A disciplina, o conhecimento, a cultura e o sentido de saber enfrentar a vida com dignidade, dedicação, trabalho e fé nos inspiraram a sermos o que hoje somos. SOMOS GRATOS.



Mas não ficamos por aí. Através de um trabalho silencioso, criterioso e paciente de nossos amigos e dedicados ex-seminaristas conseguiu-se encontrar um bom número de adolescentes e jovens daqueles que passaram pela Escola Apostólica “Santa Odília” e pelo colégio “Dom Cabral”, em Campo Belo.



Nesse esforço de resgatar as imagens, as lembranças dos bons e velhos tempos, conseguimos nos reencontrar. Já nos reunimos por duas vezes. Onde? Ora, só poderia ser em Campo Belo. Foram dias maravilhosos. Alegria, comemorações, conto de “causos”, passeios, almoços, jantares, bate-papo e umas biritinhas para festejar os encontros. No primeiro só estiveram presentes os “ex’s”. Foi bom, muito bom. Mas queríamos muito mais. Já no segundo, quem quis trouxe esposa e filhos.



Meus irmãos, amigos de caminhada e companheiros de ideal:

FELICIDADES PARA TODOS – CONTAMOS COM SUAS “ESTÓRIAS” PARA SEREM PUBLICADAS – REPORTAGENS – FOTOS E PRESENÇA AMIGA NO PRÓXIMO ENCONTRO

Um fraternal abraço.
                             

Foto 214 Autor               
Tupinambá Pedro Paraguassú Amorim da Silva (vulgo Tupy)

tupypedro@yahoo.com.br – 021 – 31 – 34824069 // 021 – 31 96354069

Sabará, 20 de junho de 2011



CE/AJF/EMA

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ordenação do padre crúzio Elione Correa.

No dia 18 de Junho de 2011, sábado, houve em Campo Belo MG a ordenação Sacerdotal do diácono Elione Correa, pelo Bispo da diocese de Oliveira,  Dom Miguel Ângelo Freitas Ribeiro.

Encontristas da Easo que compareceram: o presidente do Encontro de 2011 e diretor do Colégio Dom Cabral, Eustáquio de Azevedo Silva e sua esposa Maria Aparecida Silva Azevedo, O casal José Tito Gonçalves e Marly Gomes Alvarenga, e Tupinambá Pedro P. Amorim da Silva.
Elione Correa (31) nasceu em Campo Belo MG (52000 habitantes, 210 kg de BH), mas viveu alguns anos na zona rural do município de Aguanil (3500 habitantes). Graduado em Fiosofia pela PUC de Minas Gerais, e em Teologia pela Universidade Angelicum de Roma, fez também especialização em formação para a vida religiosa em Chicago, EUA.
As fotos são de autoria do Conselheiro Editorial  deste Blog, José Tito Gonçalves, que disse: "toda a cerimônia foi emocionante principalmente para aqueles que sabem o que está acontencendo, e acho que o momento mais importante foi o da entrega do candidato, quando o mesmo colocou as suas mãos dentro das mãos do Bispo, num sinal de doação total a serviço da Igreja (foto 208)"


Foto 201 Dom Miguel Ângelo Freitas Ribeiro (o que tem a cabeça
coberta por uma mitra característica dos bispos)
Foto 202 O Diácono Elione é abençoado pelo Padre João Maria sob o olhar
do padre Haroldo

Foto 203 - do fundo para o primeiro plano: padre José Cláudio, padre João Maria,
padre Haroldo e padre Theodoro
Foto 204 Padre Haroldo (no centro da foto)
Fato 205 O casal Marly e José Tito, durante a cerimônia de ordenação
Foto 206 Tupi ao lado do padre Theodoro
Foto 207 O diácono Elione recebe a benção
do padre João Maria.




Foto 2008 O momento que simboliza a doação que o novo padre faz de si mesmo para os serviços da igreja.

Foto 209 O Padre José Cláudio a aben-
çoar o diácono Elione
Foto 210 O diácono Elione, momentos antes de ser ordenado padre, em humilde meditação.



******Bastidores da Ordenação ********
Foto 211 José Tito, Marly e Tupi


Foto 212 Tupi e o bombardão da
sancristia

terça-feira, 14 de junho de 2011

Regimento do Blog dos Encontristas da EASO

     




 

CAPITULO I
Das Finalidades do Blog

Art. 1º -Publicar relatos de experiências, entrevistas, artigos, textos diversos, crônicas e resenhas de seus membros efetivos, entre outros, sobre a história da Escola Apostólica Santa Odília, o Colégio Dom Cabral, os encontros dos ex-seminaristas da EASO e viagens de seus membros. Dentro de seu foco e escopo, o Blog publicará links ou elos para artigos correlatos de interesse de seus membros.

Parágrafo1º: são membros efetivos do Blog dos Encontristas da EASO:

· Todo ex-seminarista da EASO que tenha participado de pelo menos um encontro (membro automático);

· Todo ex-seminarista que tenha enviado para a coordenação do encontro seu nome, endereço e dados para cadastramento;

· As esposas dos ex-seminaristas membros;

· Filhos e netos dos ex-seminaristas que assim o desejarem.

                   

Parágrafo 2º: Foco e escopo do Blog dos Encontristas da EASO.

Seu foco é o que acontece durante os encontros e tudo que motiva seus membros efetivos, suas vidas, suas viagens, e o que possa interessar e que não fira a intimidade e privacidade deste grupo de amigos, cuja amizade se alicerça em experiências e vivências da época em que compartilharam situações, locais e cultura marcantes em suas vidas. O escopo não é o tema, mas o grupo.

Parágrafo 3º: Não serão publicados: textos, palavras, vídeos e qualquer forma de manifestação que mostre preferência político-partidária, ou que discrimine religião, raça e grupos minoritários.

Art. 2º. – Os textos assinados são de inteira e plena responsabilidade dos seus autores, não cabendo aos demais titulares do blog ou ao Conselho Editorial qualquer corresponsabilidade por opiniões, conceitos e juízos emitidos.

Parágrafo 1° - Por entendermos que, numa sociedade que pretende ser cada vez mais democrática, aberta e pluralista, debates, opiniões e pontos de vista divergentes são saudáveis e sempre bem-vindos, desde que se manifestem em linguagem e termos adequados, fica estabelecido que, em caso de discordância de algum leitor com relação a opiniões, conceitos e juízos emitidos num determinado artigo ou crônica, sejam feitos o registro, a contestação ou a crítica ao(s) autor(es) através de comentário postado no espaço destinado a tal finalidade no rodapé de cada post ou, se o discordante preferir assim, poderá manifestar sua opinião e/ou seu ponto de vista contrário ou divergente através de artigo ou crônica que será submetido à apreciação do Conselho Editorial e, posteriormente, publicado como um novo post.



CAPÍTULO II

Da Organização



Art. 3º - O Blog é administrado pelo Editor, Conselho Editorial e pelos seus membros efetivos. O Editor deverá ser membro integrante do Conselho Editorial e presidi-lo, quando em reunião, e consolidar seus produtos, quando funcionando por meios remotos. Fica instituído as funções de  Sub-editores do  BLOG. Os Sub-editroes serão substituos do Ediotr nos eventuais impedimentos deste.

Parágrafo único – Em caso de impedimento definitivo do titular, o Conselho Editorial deverá escolher um de seus integrantes para assumir interinamente a editoria.

Art. 4º - O Conselho Editorial será constituído por um número mínimo de 7 (sete) e máximo de 20 (vinte) membros efetivos, eleitos durante os encontros dos ex-seminaristas, sendo que o seu mandato será o do tempo que transcorrer entre um encontro e outro.

             Parágrafo 1º: até o próximo encontro, o editor escolhido no encontro de 2010 formará um conselho provisório que funcionará, nos termos deste regimento, até que a assembleia geral decida sobre o assunto.

Parágrafo 2º: os membros do Conselho Editorial deverão ter no mínimo um ano de participação como membros efetivos do Blog



Art. 5º - A Equipe Editorial será formada por membros efetivos de preferência que tenham disponibilidade para revisar textos, ajudar na editoração e formulação de políticas de conteúdo do Blog e sugerir pautas.

CAPÍTULO III

Das atribuições do editor e dos sub-editores

Art. 6º - Administrar a redação do Blog e fixar, juntamente com o Conselho Editorial, a política editorial.

Art. 7º -Receber, apreciar e coordenar a revisão dos artigos e decidir quanto a sua publicação.

Art. 8º - Coordenar a participação dos membros do Conselho Editorial.

Art. 9º -Estabelecer o planejamento gráfico do Blog, auxiliado por um profissional da área (quando possível).

Art. 10º – Redigir editoriais sobre assuntos de interesse dos membros efetivos do Blog e demais leitores (contando com a colaboração Ad Hoc de um ou mais membros efetivos do Blog).


CAPITULO IV

Do Conselho Editorial

Art. 11º – O Conselho Editorial tem como função colaborar com o Editor na consolidação e manutenção do Blog, auxiliando na divulgação de seus propósitos e emitindo pareceres sobre o conteúdo e alinhamento das publicações veiculadas com o escopo do blog.

Art. 12º – Ao Conselheiro, caso requisitado pelo Editor, cabe proceder à revisão editorial de artigos e outros informes encaminhados, dando o seu parecer quanto a:

a) Importância;

b) Conveniência;

c) Ajustamento às normas editoriais;

d) Ortografia;

e) Estilo e conteúdo.



Parágrafo 1º - No caso de aceite para publicação, o manuscrito submetido à apreciação deve vir acompanhado de parecer favorável do revisor e as sugestões de modificações, quando pertinentes, devidamente justificadas.

Parágrafo 2º - Manuscritos que requeiram grandes correções para serem aceitos deverão ser submetidos aos autores para sua concordância ou não com as alterações sugeridas. Caso os autores não concordem com as modificações sugeridas, o artigo não será publicado no blog.

Parágrafo 3º - No caso de rejeição do manuscrito submetido à revisão, o revisor deverá encaminhar ao editor seu parecer, devidamente justificado. 

Art. 13º – Os artigos para análise pelos Conselheiros devem ser devolvidos ao Editor em prazo nunca superior a 2 (duas) semanas.



Parágrafo único – O Conselheiro que por reiteradas vezes não emitir e deixar de enviar o seu parecer sobre artigos que lhe forem confiados será considerado desistente, e, automaticamente, desligado do Conselho.

CAPÍTULO V

Das Normas dos artigos e publicações

Art. 14º – As normas de publicação de artigos aprovadas no Regimento serão publicadas no Blog.

Art. 15º – Essas normas poderão ser alteradas por deliberação do Conselho Editorial, sob a coordenação do Editor, devendo as modificações serem consolidadas no Regimento.

Art. 16º – Os membros efetivos poderão publicar artigos, relatos de experiência, textos técnicos, resenhas, crônicas, desde que não excedam uma a cada mês por membro.

Art. 17º – Havendo qualquer dúvida sobre o alinhamento de textos previstos no artigo 16º quanto à política de conteúdo do Blog, o editor submeterá a pendência ao Conselho Editorial que, por maioria simples, decidirá quanto à publicação ou não do texto.

Art. 18º – Em caso de parecer desfavorável, o autor será informado da decisão e o que motivou a recusa da publicação. O autor terá oportunidade de retificar o texto e submetê-lo novamente ao Conselho Editorial para publicação.

                    CAPÍTULO VI


       Das modificações deste regimento

Art. 19º – O presente regimento poderá ser modificado por iniciativa de algum integrante do Conselho Editorial ou membro-efetivo do Blog. As modificações sugeridas somente serão efetivadas se aprovadas pela maioria absoluta do Conselho Editorial.

Art. 20º - O regimento vigente na data do Encontro dos ex-seminaristas da EASO deverá ser aprovado pela Assembléia Geral dos participantes do encontro.

CAPÍTULO VII

Das disposições transitórias

Art. 21º Este regimento poderá ser alterado durante seu período de experiência que se inicia com a sua publicação e termina em 30 de Setembro de 2011 ou, no caso de se confirmar o encontro neste ano, por ocasião da reunião plenária dos encontristas da EASO. As sugestões de mudanças deste regimento deverão, nesse período, serem encaminhadas por e-mails para blogdosencontros@gmail.com ou, preferencialmente, por comentários adicionados no rodapé do próprio regimento (vide espaço livre abaixo desta postagem).

Parágrafo 1º As sugestões recebidas por e-mails serão inseridas, pelo editor, como comentários desta postagem;

Parágrafo 2º O Conselho Editorial emitirá parecer sobre cada sugestão recebida, justificando a aprovação ou não das mudanças sugeridas. Os pareceres serão sempre inseridos, também, como comentários deste regimento.

Aprovado pela reunião ordinária da assembléia Geral do III Encontro.