quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Aniversário de Marina e visita do Tupy a Juiz de Fora

Este editor recebeu o seguinte e-mail do nosso colega José Rafael Cabral:

Caro Luiz :

Gostaria que você noticiasse no nosso Blog, duas notícias importantes :

01 - No dia 27/11/2011 foi comemorado o aniversário de Marina, esposa do nosso colega ALFREDO.
      Ele fez um grande almoço para comemorar a data. Todos os nossos colegas encontristas estiveram representados no almoço por mim, pelo Alberto Medina (barata) com esposa e filhos e o Tupy que estava numa cidade aqui perto de Juiz de Fora e veio até Juiz de Fora, especialmente para o almoço. 
O almoço foi ótimo, o Alfredo nos deu muita atenção, no final teve "parabéns prá você", bolo e docinhos.  Mais uma vez, parabenizamos à Marina que estava muito elegante.

02) - Tupy e sua esposa Marina estiveram aqui em Juiz de Fora, de passagem, no início deste mês. Na oportunidade convidamos a turma de Juiz de Fora para um mini encontro na cobertura do Alberto Medina. Estiveram presentes : Rafael, Benone, Nei, Alfredo e esposa, Alberto Medina e esposa, Tupy e esposa. Foi uma noite muito agradável, para variar falamos muito da década de 60 e do nosso seminário.  Discutimos também o nosso próximo Encontro, algumas sugestões foram apresentadas, como a confecção de uma camisa ou um boné com gravação ref. ao IV Encontro.

Foi sugerido também que o Programa do nosso IV Encontro, que se estenderá até o final do  domingo, seja publicado com certa antecedência e que, os itens do Programa sejam realmente cumpridos.
Eu, particularmente, acredito que a turma de BH, que organizará o próximo Encontro, cuidará bem destes detalhes.

Embora a visita do Tupy e de sua esposa Marina, em Juiz de Fora foi muito rápida, pois, eles chegaram na sexta à tardezinha e foram embora para Leopoldina no sábado às 10 hs. da manhã, a mesma foi muito proveitosa, Tupy é uma pessoa muito agradável e inteligente, sem contar a amabilidade de Marina, sua esposa. 
Gostaríamos que outros colegas venham a Juiz de Fora, nossa turma os receberão muito bem.
Anexo algumas fotos dos eventos: as quatro primeiras fotos são da visita do Tupy a Juiz de Fora no dia 03 e 04/11/11.  As demais são do aniversário da Marina, esposa do Alfredo.
Foto 1010344 - Alfredo, esposa e filhos, acompanhados de Tupy, Alberto Medina  e Rafael.
Foto 1010346 - Alfredo, esposa e filhos.
Foto 1010348 - Alfredo, Rafael, Tupy, Alberto Medina, esposa e filha.

                                          Atenciosamente.   Rafael.

Visita do Tupy a Juiz de Fora
Visita do Tupy
Visita do Tupy


Visita do Tupy



Aniversário da Marina. Na foto Alfredo, Rafael, Tupy, Medina e Maria da
Conceição e filha
Alfredo filhos com Tupy, Medina e Rafael

Alfredo, esposa e filhos

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Fotos enviada por Rodolfo Leão Rodarte & Júlio Martins

Fotos inéditas cedidas por Rodolfo Leão Rodarte e Júlio Fernandes Martins, de Campo Belo, Minas Gerais, mostra alguns ex-alunos do Colégio Dom Cabral com os ex-seminaristas Tupinambá Pedro Paraguassu Amorim da Silva, Antônio Edes Carraro e Raimundo Nonato Costa.

Em pé, a partir da esquerda, Carraro e Tupy.
Em baixo, não identificados

A partir da esquerda, em pé: Avilmar, Tupy, Carraro, Raimundo Nonato e
Elimar. Agachados: Júlio Martins, Paulo Alípio, Pepita e Ronaldo Gibran.
Foto cedida por Rodolfo Rodarte


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Aniversariantes

Aniversariantes por mês
NomeDia
Janeiro
ALBERTO GONÇALVES MEDINA 1
WALTER CAETANO PINTO5
RAHCEL MOREIRA ALVARENGA25
SIMONE M. A. Rocha28
ILDEU DE SOUZA30
Fevereiro
GERALDO HÉLCIO SEOLDO RODRIGUES4
DIRCEU DE PAULA CRUZ7
RAIMUNDO CÉLIO DA ROCHA15
JOSÉ AURELIANO DA SILVA17
MARIA DE JESUS GASPAR DO VALE19
GASPARINA LUIZA DUIN TAVARES25
Março
BENONI FERNANDES BILHEIRO5
CAIO MILAGRES10
SHIRLEY MUZZI13
ROSA ADELINA R.S.23
Abril
MARIA JOSÉ DA SILVA ALFENAS1
ZILDA AVELINA DE MELO4
MARIA DAS GRAÇAS  (ZAZA)10
JOSÉ MARIA FONTES 11
JOSÉ ENGRÁCIO SOUZA16
ANTÔNIO DE ÁZARA MAIA22
JORGE DE OLIVEIRA NEIVA23
EDMUNDO ANTÕNIO DUTRA DO VALE28
CAROLINA MARIA BRUM DE OLIVEIRA30
Maio
RAIMUNDO NONATO COSTA22
NILDA MARIA DE OLIVEIRA29
MAX ORDONEZ F. SOUZA          29
MARILTON BORGES                  31                   

Junho
SEBASTIÃO CARVALHO COELHO1
EUSTÁQUIO DE AZEVEDO SILVA6
JOSÉ GERALDO DE FREITAS OLIVEIRA 8
RITA DE CASSIA V. NEIVA13
ADRIANUS L M PENNINGS16
LEIDA MARIA MOTTA CABRAL22
CÁTIA MARIA LUCHEZI ALFENAS23
MARIA APARECIDA SILVA AZEVEDO25
MARIA LÚCIA OLIVEIRA GAETHO25
JOSÉ ORLANDO BALIZA28
TUPINAMBÁ PEDRO P AMORIM DA SILVA28
ARTUR MEIRA DE MELO29
Julho
FRANCISCO SALES3
SIOVANI RODRIGUES MOREIRA6
JUDITH B. SEOLDO11
MARIA EDWIGES ALV. DOS SANTOS11
JULIETA SOUZA COSTA11
ANDRE A. B. SEOLDO (FILHO DO SEOLDO)11
ANTÔNIO DELDUQUE ALVARANGE 18
JOSÉ NICODEMO COSTA22
Agosto
ZULMA FERREIRA DE SOUZA1
JOAQUIM MACABEU DE SOUZA1
CIBELE VIEIRA TEIXEIRA COELHO9
MARIA ALICE (MAICE)16
ROSA HELENA B.L. DE SOUZA17
JOÃO HENRIQUE DOS SANTOS21
LEANDRA MARIA MIRANDA23
TIÃO ROCHA30
Setembro
MARIA APARECIDA S. NEVES8
JOSÉ TITO GONÇALVES10
JOSÉ MARIA DA SILVA GAETHO11
MARLY GOMES ALVARENGA13
MARIA AUXILIADORA R. MILAGRES15
ROSALINO JOSÉ MIRANDA17
HENRIETTE M. K. GUNNEWIEK19
MARIA JOSÉ APARECIDA BALIZA26
Outubro
OLÍMPIO JOSÉ DA SILVA 5
MARÍZIA MILAGRES RODRIGUES SOUZA8
NEY SILVA TAVARES15
LUIZ HENRIQUES ALFENAS20
MARIA DE  LOURDES OLIVEIRA MAIA - CIDA23
JOSÉ RAFAEL CABRAL24
NATHALIE R. S. HINMAN (FILHA DO SEOLDO)27
MARINA TEREZINHA RIGOTTO DA SILVA28
Novembro
JOÃO MOREIRA DE OLIVEIRA6
SÍLVIA REGINA COREA DOS SANTOS16
MARIA CONCEIÇÃO M. MEDINA24
ALFREDO DIAS DA COSTA24
GABRIEL NEVES DE SOUZA27
BENEDITA CARVALHO28
VALDECI BARBOSA DE PAULA29
Dezembro
MARINA BARBOSA DA COSTA8
NAZARÉ DE FÁTIMA V. DA COSTA11
MARIA FÁTIMA S. FERREIRA 15
LIANA BORGES AMARAL15
EDGARD MIRANDA ALFENAS21
ROSIMERE ASSIS DE ANDRADE MOREIRA27
ANTÔNIO JOSÉ FERREIRA30
MARCOS ANTÔNIO ROCHA31

Crônicas de uma Saudade por Siovani Rodrigues Moreira

Crônicas de uma Saudade - 6   
                                                          
6 – Crônicas de uma Saudade


Autor Siovani Rodrigues Moreira




O vento sopra onde quer, e lhe ouves a voz, mas não sabes de onde ele vem nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.”                                                                              (João 3,8)


Já me perguntaram o porquê desse título, embora já o tenha deixado transparecer antes, vou tentar explicar um pouco a respeito dessa Saudade.


Quando nasci, uma série de enganos parece ter ocorrido simultaneamente. Esta impressão ficou devido a certos eventos um tanto, como dizer, no mínimo curiosos.


O primeiro engano parece ter ocorrido a respeito do momento do nascimento, pois me foi dito, alguns anos depois, evidentemente, ter nascido cerca de onze horas da noite do dia 5 de julho, mas um tio insistiu para que me registrassem no dia 6, pois este era o dia de seu aniversário, e assim foi feito, fui registrado como nascido a uma hora do dia 6. E por causa dessa pequena alteração é claro que os céus ficaram muito confusos com qual horóscopo eu deveria ser conduzido, portanto, nasci com o ascendente no signo da confusão.


Além dessa confusão de dia e hora, não é que mudaram também o lugar do meu nascimento? Pois é, nasci em Itaperuna, estado do Rio de Janeiro, onde morava minha avó, para onde minha mãe foi para ter sua assistência naqueles dias, e fui registrado como nascido em Miracema, cidade vizinha também naquele estado. Pois então já eram duas enganações que aprontavam com meu horóscopo, além da camuflagem do dia e hora, também o lugar estava deslocado. Acredito que o diabo deve ter-se aproveitado bastante da situação.


Acham que parou por aí, ainda não. Itaperuna e Miracema são cidades fronteiras de Minas Gerais e logo toda a minha vida seria desviada para este estado. Sou tão mineiro quanto qualquer um nascido em Minas, embora o diabo tenha tentado enganar-me. Mais estranho ainda, meu pai contou-me que, nascido em uma fazenda, ela pertencera a Minas Gerais, com adequação das fronteiras mudou de lado. Vejam, minhas raízes mineiras são bem mais profundas. Faz-me lembrar um causo contado pelo Boldrin em que um fazendeiro turrão ficou insatisfeito porque, ao alterar as divisas entre os estados, mudaram sua fazenda de Minas Gerais para São Paulo e, de imediato, pôs à venda sua fazenda. Quando lhe perguntaram por que estava ele vendendo seu torrão, onde nascera e criara sua família, respondeu que ele não se dava bem com o clima de São Paulo. É mais ou menos por aí, estou bem identificado com o jeito mineiro de ser, encravado no meio das montanhas e no meio de mim mesmo, este morro muito mais difícil de ser transposto.


Agora vejam, outro fato estranho foi que parece que se enganaram com o meu nome, pois deixa a impressão de um erro cometido por um escrivão incompetente como tantos havia por esses interiores. Talvez eu devesse chamar Giovani, tradução italiana de duas grandes personagens dos evangelhos para o nome de João, mas não, meu pai nem me soube explicar de onde ele leu esse nome, mas foi intencional mesmo. Assim fui pela vida afora com um nome que ficava parecendo um erro, algo assim como Soão. Não estou reclamando, ele me deu uma identidade que nem necessita de um sobrenome para identificar-me, o que pode ser um problema no caso de não me comportar muito bem.


 Acho que fiquei divagando e perdi o senso, deixem-me voltar para o objetivo deste texto. Mesmo com todos os enganos fui criado por uma família católica, bem dentro da igreja, posso mesmo dizer quase dentro do altar, participando de todas as festas com uma alegria imensa por cumprir meus deveres e tendo que inventar alguns ridículos pecados para não ter que toda semana confessar os mesmos e iguais. Logo que tive suficiente idade fui coroinha e para a felicidade de todos parti, aos dez anos, deixando minha família.


E parti para o cemitério. Não, desculpem-me pelo lapso inconsciente, parti para o seminário, por isto toda a minha família ficou feliz, não foi porque estava livre de mim como podem ter imaginado. Fui para Campo Belo iniciando minha jornada como mineiro. Era 1964. Naquele tempo levava dois dias na viagem, de Miracema ia a Leopoldina e a manhã do primeiro dia ia embora; à tarde fazia o percurso para Juiz de Fora, onde dormia na casa paroquial da Igreja de Santa Rita de onde guardei boas lembranças de um padre camarada (Padre Haroldo); no dia seguinte embarcava para Belo Horizonte onde chegava pela hora do almoço e, à tarde, finalmente tomava o ônibus que me levaria a Campo Belo. Este percurso tornou-se importante em minhas memórias pelo que, muitos e muitos anos depois, um dia me revelou uma estranha coincidência que espero contar em outra crônica.  


Como menino que era, tive momentos bons e ruins pelos três anos que lá passei, mas como a adolescência foi se instalando, junto com ela fui perdendo a essência de criança que podia acreditar em tudo que afirmavam. E crescia comigo a ciência e a capacidade de criticar e as dúvidas foram tomando-me. Foram muitos os padres com quem por lá convivi, dos perfis mais variados, desde aqueles onde podíamos enxergar uma piedosa devoção até àqueles onde víamos pura vaidade e arrogância, e outros mais como em qualquer porção de nossa sociedade. Antes que me façam a pergunta sobre abusos, coisa comum de ouvir quando digo que estive no seminário, respondo que nunca sofri e nunca soube que quaisquer dos meus colegas os sofressem.


Meu primeiro grito de independência foi dado no final daqueles três anos. Eu sabia que iria causar um rebuliço na família, mais que rebuliço, uma enorme decepção, mas mesmo assim, ao voltar para casa de férias, comuniquei a todos que não retornaria e que nada poderia ser feito para que eu o fizesse. Tive compaixão das minhas tias.


O lapso que cometi acima a respeito do cemitério talvez tenha sido porque lá também ficou enterrada a minha crença na igreja, e, consequentemente, por confundir o continente com o conteúdo, em coisas do espírito. E sem eu perceber que era esta a falta, a aridez foi tomando conta do meu ser e eu fui adentrando um deserto onde passei a conhecer só a sede, ou a morte (“...e deixa os mortos sepultar seus mortos”, Mt 8,22).


E fui subindo a escada, ora empurrado, ora empurrando. A dor maior não era causada pelo tamanho dos degraus, mas em ver aumentar o abismo que ia crescendo, deixando-me tão distante daquele ser que podia se perder no mundo dos seus gibis em aventuras de Tarzan, do Zorro, do Cavaleiro Negro e muito outros heróis, mas também podia acreditar quando lhe falavam do Amor. Talvez aquele menino pudesse vislumbrar sem entender os reais motivos que este era o mote que existia em todas aquelas aventuras de heróis e jornadas fantásticas. E durante a subida a desilusão de um Dom Quixote retornado à racionalidade suprimia qualquer possibilidade de contato com aquela Esfera.


A saudade foi crescendo, camada por camada, e tornou-se tão doída, tão desesperada, que quando não mais parecia ser suportável houve um choque quando alguém sussurrou que era possível vê-lo renascer, que era possível ressuscitá-lo. E foi quando um velho amigo fez-se vivo.


... ele já estava lá...



                       ***



sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Entrevista com Raimundo Nonato

Entrevistado: Raimundo Nonato Costa  (67)
Período no seminário: 1958-1964
Formação acadêmica: Curso de Formação de Oficiais
Países onde fez cursos de aperfeiçoamento: Portugal, Espanha, França, Holanda, Alemanha, Suíça, Itália, Estados Unidos e Guiana Francesa

Apresentação
Ele galgou os degraus da escada íngreme na vida profissional, chegando ao posto máximo dentro de sua carreira e aponta os caminhos para os mais jovens. Fala afetuosamente de sua esposa, Nazaré, e é evidente a felicidade do casal, na medida em que se observa que os dois, sempre juntos, demonstram a grande alegria das pessoas que conhecem os atalhos para o sucesso na vida conjugal.
Demonstra sua gratidão pelos padres do tempo do seminário. A disciplina aprendida naquela casa abençoada, onde tudo era realmente cronometrado, deixa sua modéstia aflorar, ao agradecer a oportunidade de ter sido seminarista.
Nazaré e Nonato: a alegria
de um casal que conhece
o atalho para o sucesso
da vida conjugal.


Sua profunda preocupação com o ser humano o fez escolher ser um salvador de vidas. Por ser, entre outras qualidades, estudioso, religioso, pontual, rigoroso no bom sentido e competente, iniciou no Corpo de Bombeiros como soldado e chegou ao posto máximo de coronel. Atingindo esta patente, tornou-se Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros do Estado do Pará. Diante desta constatação, vemos que nosso entrevistado é um verdadeiro vencedor.
Quando fala do Pará, percebe-se claramente seu amor por sua terra, pelo povo, pela cultura, pela riqueza moral e natural do seu torrão. Traçou diversos projetos em prol da sociedade. É um dos responsáveis por estes magníficos encontros dos ex-seminaristas que acontecem anualmente. Nós nos orgulhamos de ter colegas do quilate do Raimundo Nonato Costa e muitos outros. Grande colega, nosso entrevistado é um exemplo de vida para qualquer cidadão de bem.

I – PERFIL

Cheguei ao Seminário no dia 23 de março de 1958, com 14 anos de idade, e saí em outubro de 1964, com 21 anos, período em que cursei a antiga admissão, todo o ginasial, indo até o 2º científico, como era chamado naquela época.
Adriano, Andrei, Nonato e
Artur

FAMÍLIA: Sou filho do meio de uma família de sete irmãos, sendo duas mulheres e cinco homens. Destes, dois já faleceram, e meus pais também. Meu pai era um simples artesão que fazia sapatos, profissional de primeira linha. Minha mãe cuidava da família em casa. Ambos conseguiram criar e educar muito bem todos os filhos, porém com muito sacrifício. E graças aos exemplos, à dedicação e ao amor de ambos, todos os seus filhos se formaram, constituíram belas famílias que estão bem e moram todos em Belém. Casei-me, em janeiro de 1972, com Nazaré de Fátima, esposa, amiga e companheira. Graças às suas virtudes, seu amor e dedicação, hoje contamos com 39 anos de muitas felicidades em nosso lar.

 Nonato e Nazaré e os netos: Antônio José, Andrei Nonato,
Andra Helena e Adrielle Cilena
Temos três filhos: o Andrei que é tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, casado com Adamilena. O casal tem quatro filhinhos, todos lindos e sapecas: Adriele (6 anos), Andra (3 anos), Andrei Nonato e o Antônio José, ambos com um ano, são gêmeos, portanto já sou avô. O Adriano é engenheiro civil e está noivo. O Artur, ainda solteiro, é administrador de empresas, fez o mestrado e é professor universitário. Estes dois ainda moram conosco. Todos são bons filhos, constituem um presente que Deus nos deu.



De pé: os noivos - Adriano e Juliana,; assentados: Nonato e Nazaré

Colagem: a partir da esquerda: de pé - Andrei, Artur, Adriano, assentado -Nonato e Nazaré; de pé - Andrei, Adalmilena, assentados:  Nonato e Nazaré e os netos: Antônio José, Andrei Nonato, Andra Helena e Adrielle Cilena; Nonato e os netos: Antônio José, Andrei Nonato
ESPORTE PREFERIDO: Meu esporte preferido sempre foi o futebol, mas hoje tenho a frustração de não poder jogar mais por causa da vista. Gosto também de natação, mas atualmente meu esporte preferido mesmo é viajar de carro com a família, especialmente viajar com a Nazaré por esse Brasil afora. Assim, temos feito muitas viagens fantásticas.

FILMES E LEITURA PREFERIDA:Aprecio bons filmes, de preferência de humor e bangue-bangue.
Por leitura não tenho preferência, leio de tudo, mas não gosto muito de leitura de autoajuda, que está empesteando o comércio. Sou viciado em palavras cruzadas. Curto boas músicas e adoro o canto gregoriano. Adoro levantar cedo, respirar o ar puro da manhã, ouvir os pássaros, cantar e cuidar do jardim.

"Creio em Deus, como o Ser Supremo e Criador de todas as coisas. Acredito em todas as religiões, cujo objetivo seja louvar a Deus e servir como meio para conduzir o ser humano ao bem e à felicidade ".        

FILOSOFIA POLÍTICA, RELIGIÃO E PESSOAS QUE O INSPIRAM:

Como todos os seres humanos, sou um ser político na acepção da palavra, gosto e vivo em sociedade. Não participo de política partidária, mas lamento muito que hoje no Brasil não existam partidos políticos com ideologia própria, uma filosofia ou um programa pelo qual possam lutar para implantá-lo, são incapazes de formar uma oposição responsável ou de brigar por uma causa digna e patriótica.
RELIGIÃO Creio em Deus, como o Ser Supremo e Criador de todas as coisas. Acredito em todas as religiões, cujo objetivo seja louvar a Deus e servir como meio para conduzir o ser humano ao bem e à felicidade eterna para a glória de Deus. Sou católico apostólico romano e entendo que esta Igreja não é, sempre, só o dom de Deus. Mas também é muito humana.
PESSOAS QUE O INSPIRAM:Uma pessoa que sempre me inspirou e me inspira até hoje, apesar de já ter falecido, foi meu pai, por sua vida exemplar de humildade, muita sabedoria, abnegação e perseverança. Era um batalhador incansável, amante e temente a Deus. Também me inspiro em minha mãe, por seu amor e toda a dedicação à nossa família. Inspirei-me muito nos meus mestres, tais como os padres Jorge Cursters, Marino Verkuylen e Humberto Nienhuis. Com este último, apesar de polêmico e controverso, aprendi muitíssimo. Padre Justino e o nosso inesquecível Professor João Dias Ibiapina.  Uma pessoa que nunca esqueci e sei que teve muita influência em meu comportamento foi a catequista que me preparou para a primeira comunhão e que nos monitorava na Cruzada Eucarística, chama-se Maria Araújo, hoje bem velhinha. O Cel. Oliveira,militar de postura ilibada e com firmeza de caráter. Hoje me inspiro muito nos meus filhos, e a grande inspiração de minha vida   é a minha querida esposa.
CITAÇÕES QUE ASSINARIA EMBAIXO:Poderia citar várias frases bonitas e bem elaboradas, mas nenhuma diria nada perante estas duas: "Ama o próximo como a ti mesmo" e "Não faças aos outros o que não queres que façam contigo". Estas são a base de tudo, de todos os princípios, da filosofia, da moral e da ética, da conduta do bem viver e até da política.


Coronel Nonato Comandante
 Geral do CBMPA de 1988
 a 1991 e de 2003 e 2004

"Acredito ter cumprido a missão que Deus me destinou como profissional bombeiro e a Ele sou totalmente
agradecido".        


VIDA PROFISSIONAL:Abracei a carreira militar. Alistei-me no Corpo de Bombeiros, fiz o Curso de Formação de Oficiais, galguei todos os postos de Aspirante a Coronel. Fiz todos os cursos regulares para percorrer esta ascensão funcional. Para meu aperfeiçoamento profissional tive que fazer vários cursos de especialização e viagens de estudos, não só por alguns estados da federação como também pelo exterior, como Portugal, Espanha, França, Holanda, Alemanha, Suíça, Itália, Estados Unidos e Guiana Francesa. Entendi que, para ser bombeiro, tinha de ser eclético, pois a profissão o exigia. Na verdade foi o que aconteceu: como bombeiro combatente, desenvolvi tarefas na área de engenharia civil, química e hidráulica, não só no combate a incêndio, mas principalmente na área de prevenção; nas tarefas da área de saúde, às vezes como paramédico e socorrista; na área de resgate, fui alpinista, mergulhador, atuando no ar, na terra e no mar; na área de ensino, fui instrutor, professor, pedagogo; na área de direito, fui advogado e juiz como comandante em vários níveis e como Coordenador de Defesa Civil no Estado, fui administrador, psicólogo, assistente social, conferencista, estrategista, contabilista, economista e relações públicas. Na formação acadêmica civil sou Administrador de Empresas, com Curso de Especialização em Organização e Métodos. Por dedicação à bombeirística, abandonei no fim do terceiro ano a Faculdade de Farmácia e Bioquímica, como deixei também de fazer o Curso de Educação Física, depois de ter passado no vestibular. Acredito ter cumprido a missão que Deus me destinou como profissional bombeiro e a Ele sou totalmente agradecido.

Padre Humberto
"O nosso famoso e, por que não dizer, estimado Padre Humberto que, quando me chamava a atenção em razão das minhas inflexibilidade  e rebeldias, sempre me aconselhava".

II – PERGUNTAS GERAIS

Blog – Fazendo uma retrospectiva da vida, o que a EASO significou neste contexto?

Nonato – As circunstâncias da vida no Seminário são responsáveis pelo que sou. Lá vivi dos 14 aos 21 anos, exatamente todo o período em que um jovem se desenvolve. Adquiri um perfil físico, moral, comportamental e de conhecimentos básicos, ou melhor, a educação para a vida futura. Apesar dos conflitos que eram próprios da época, para mim tudo foi muito positivo. Saí de lá embasado para qualquer curso acadêmico, disciplinado, de modo que não tive problemas de adaptação na vida militar. Nesse quesito, há um particular muito especial que vale ser mencionado: o nosso famoso e, por que não dizer, estimado Padre Humberto que, quando me chamava a atenção em razão das minhas inflexibilidades e rebeldias, sempre me aconselhava com as sábias palavras: "Meu filho, as coisas não são assim, você tem que ser mais flexível, mais humilde, precisa ter disciplina; em todo lugar, para se dar bem, há que se ter disciplina de ações, tanto para consigo como para com os outros". E, nesse diapasão, falava como se estivesse prevendo o meu futuro: na vida militar, por exemplo, muitas vezes se tem que fazer o que não se quer, mas é preciso obedecer, senão há consequências... Muitas vezes na minha vida profissional, quando surgiam certos conflitos, naturalmente tinha que refletir e aceitar o conselho basilar do Padre Humberto. Cada passo daquela vivência me marcou muito, a disciplina com os horários, para as aulas, para as refeições, para rezar, para dormir e para o recreio. Acredito que, em função desta disciplina, me acostumei a obedecer aos horários especialmente para as refeições até hoje! Foram tantas as influências, especialmente na convivência com os colegas, o respeito que se tinha pelos mais velhos e a amizade com todos.

Blog - Quais as lembranças que você tem da EASO e das pessoas com quem conviveu?

"... meu amigo e irmão José Rafael".

Foto à esquerda: Rafael e Nonato nos anos 60
Nonato – Eu sou um saudosista contumaz e as lembranças vêm e voltam, dependendo de cada momento. Lembro-me dos lugares, como por exemplo, aquela subida sinuosa para se chegar ao Colégio, passando pelo nosso campinho de peladas, da sala de recreios, ali embaixo, ao lado esquerdo do prédio, do primeiro dormitório, com a janelinha para o quarto do Padre Marino, por onde um colega sonâmbulo passou e foi assustar o Padre. Da hora das refeições e do tempo em que eu e alguns colegas coletávamos pedrinhas do arroz, a ponto de encher uma caixinha de fósforos em apenas uma semana. Da sala de estudos, das épocas de provas próximas das férias, das férias em Santana do Jacaré e das viagens que se fazia para lá, em cima de um caminhão cheio de colchões por aquela estrada que era só poeira. Das visitas às fazendas de onde trazíamos sacos de laranjas, das caminhadas no sol quente para a piscina no clube da cidade. Das peladas no nosso campinho na frente do colégio, dos domingos à tarde, quando fazíamos as preliminares para os jogos do Comercial Esporte Clube. Por derradeiro, das férias em Belo Horizonte com a família à qual passei a pertencer. 
Todas as lembranças são boas. Das pessoas não se pode esquecer, da Sá Luca com seus biscoitos duros e seu bolo de milho que, aos domingos à noite, a gente roubava para comer escondido com alguns colegas na hora do recreio. E claro, da sua dedicação pelos seminaristas. Do Padre Marino ensaiando o nosso coro e jogando bola de óculos, e da conversa particular em sua sala, o que acontecia periodicamente. Do Padre Humberto, não só pelas suas piadas e "cutucadelas" com o cotovelo, mas também pelas aulas de Declamação e Matemática. Do grande professor de Português, João Dias Ibiapina, com sua peculiar didática, do "caderno nobre" que ele sabia que ia nos ser muito útil. Porém, sempre avisava: "Se este caderno de nada servir para vocês agora, pelo menos guarde-o para, quando nele olharem, sentirem saudade e se lembrarem de mim." Ele nem imaginava o quanto este caderno iria valer-me, como de fato aconteceu.
Nonato (à esquerda) com os colegas, nesta foto a presença
de Eustáquio, Padre Agostinho e Max (de chapéu) 
Lembro-me dos colegas com os quais convivi, um aprendizado para conviver com as diferenças. Lembro-me em especial do Edson, que teve a coragem de me escalar para o primeiro time, do Bessa, único padre daquela turma, meu irmãozão e às vezes confidente, do Reginaldo, o craque do futebol e o melhor jogador do colégio, do Carraro, meu rival, do Antônio de Ázara, outro irmãozão, do João Henrique, o homem que sabe fazer churrasco, do Benone, do Alfredo e do Renato Fideles meus amigos de turma, do Marcos Rocha, o nosso ponta esquerda, do Tião Coelho, o nosso goleirão e a patota das traquinagens e peraltices, tais como Tião Rocha, Aloísio, Geraldo Lemos, Pedro Afonso e o meu amigo e irmão José Rafael. Enfim, lembro-me de todos e tenho muita gratidão por terem me suportado e terem colaborado na minha formação de cidadão.

Blog – Para você o que é ser bem-sucedido na vida?

"... olhar para o passado e ver que tudo
 o que fez foi com amor... ".

Anos 60, Padre Lucas condecora
Nonato
Nonato – Em princípio, dificilmente o homem será bem-sucedido enquanto ele aspirar a mais alguma coisa. Contudo, olhando pelo ângulo das realizações na fase da vida em que o homem desenvolve suas atividades produtivas ou profissionais e, ao chegar à idade como a nossa, já aposentado de qualquer atividade, pode fazer-se uma avaliação de sua vida e de seu espírito, se ele se sentir tranquilo e satisfeito com tudo o que fez e sem nenhum arrependimento, sentir que agradou pelo bem que fez com sua atividade, pelo menos à maioria daqueles com quem conviveu, sentir que uma grande parcela deles lhe devota admiração e apreço, olhar para o passado e ver que tudo o que fez foi com amor e se tivesse que refazer, ou começar tudo de novo, ter convicção de que faria tudo do mesmo jeito, sentir a sensação do dever cumprido e recompensado pelo reconhecimento de tudo o que fez, este homem pode dizer que é bem-sucedido.

Blog – O que o levou a se incorporar no Corpo de Bombeiros?

Quartel do Comando Geral   do
Corpo de Bombeiros Militar
do Pará (CBMPA).
Nonato – De uma coisa tenho certeza: não foi um ideal sonhado. Nunca pensei em ser bombeiro, mas tão logo me incorporei e conheci a profissão, adotei-a como meu ideal e passei a vivê-la com dedicação total. Na verdade, o que me levou para o Corpo de Bombeiros (CB), primeiro foi a necessidade, depois a oportunidade. Necessidade porque estava procurando emprego que, na época, era o que mais precisava; oportunidade e até exclusividade, porque foi a única coisa que se me ofereceu e achei oportuno. Acho que o interessante não foi o que me levou a incorporar e sim, o que me fez permanecer no CB. Quando resolvi incorporar-me, a minha intenção era "passar uma chuva" até arranjar uma coisa melhor, mas logo senti que aquela era a melhor coisa. Quando tomei conhecimento do que se fazia na corporação, a partir do lema "vidas alheias e riquezas a salvar" e a filosofia de vida "servir bem sem olhar a quem", aí não tive dúvidas de que Deus não me quis como salvador de almas, mas sim como salvador de vidas e bens materiais. A essa altura dos acontecimentos, minha inclusão no CB não seria mais um simples emprego, mas sim uma bênção e uma graça divina.

Blog- Como foi sua trajetória, desde o início na carreira até se tornar Comandante Geral do Corpo de Bombeiros do Estado do Pará?

Nonato – Não foi tão fácil, porque exigiu de mim muita dedicação, muitas renúncias e acima de tudo muita perseverança. Também não foi tão difícil porque gostava de tudo o que fazia e fazia com prazer e nada foi além da minha capacidade. Incorporei no CBMPA como Soldado Bombeiro, depois fiz o Curso de Formação de Oficiais e saí Aspirante a Oficial, depois fui galgando todos os postos, fui a 2º Tenente por merecimento, a 1º Tenente por antiguidade e depois todas as minhas promoções até Coronel foram por merecimento. Ainda como Tenente-Coronel, em 1988, quando o CB ainda era incorporado à Polícia Militar, assumi o comando do CB, subordinado ao Comandante-Geral da PMPA- Polícia Militar do Pará; em 1991, quando fomos desvinculados da PMPA, passei a ser Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Pará.

"... e a implantação do Serviço de Prevenção e Proteção contra Incêndios, em 1974, ..., hoje Belém quase não tem mais incêndio"

Blog - Que realizações foram mais marcantes ao longo de vitoriosa carreira?


Concurso público em 2003. Imagem
de parte do documento (clique e abra
o documento para  vê-lo  na íntegra)
Nonato – Sei que não sou muito modesto, por isso não gosto de falar das minhas realizações, prefiro que outros falem... Contudo, se vocês me perguntam, me aguentem: quando entrei para ser bombeiro, senti que aqueles homens com um ofício tão nobre, pareciam não ter uma autoestima. Gostavam do que faziam, mas tinham vergonha de ser bombeiros, parecia-lhes uma profissão sem qualificação e por isso pejorada pela sociedade. Firmei o propósito de reverter o quadro e, ao longo dos anos, trabalhei juntamente aos colegas oficiais contemporâneos para melhorar o padrão de vida de cada um, dando-lhes o entendimento da grandeza do nosso trabalho em benefício da sociedade, ensinando-lhes novas técnicas, incentivando-os a estudar, cobrando uma boa apresentação, enfim proporcionando-lhes meios para sentirem-se com dignidade.
Minha satisfação foi imensa quando o Corpo de Bombeiros foi desvinculado da PMPA e assumimos o Comando-Geral. Trocamos  de uniforme e pude sentir realizado o objetivo desejado. Aqueles que tinham vergonha até de sair vestidos com o uniforme da corporação, agora, desfilavam pelas ruas uniformizados, cheios de orgulho, com brio e autoestima lá em cima. Considerei isso uma realização marcante. Podemos citar outras realizações: a estruturação organizacional e a implantação do Serviço de Prevenção e Proteção contra Incêndios, em 1974, que fez com que o número de ocorrências, no espaço de um ano, fosse reduzido consideravelmente e, com a continuação deste serviço, hoje Belém quase não tem mais incêndios.
Fui o primeiro bombeiro especializado em perícia de incêndio do Pará e criei o Setor de Perícia no Serviço de Prevenção, o que colaborou em muito para a redução dos incêndios. Fizemos um trabalho junto à Assembleia Constituinte do Estado em 1989, para desvincular o CB da PMPA e com sucesso, em 1990, conseguimos efetivar a desvinculação, criando uma nova corporação O CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DO PARÁ.
Quando voltamos a comandar a corporação em 2003, conseguimos para o Estado, junto à Aeronáutica, novas instalações para o Comando-Geral do Corpo de Bombeiros, e hoje podemos dizer que temos um dos quartéis mais bonitos e mais bem localizados estrategicamente para proteger a cidade, se fizermos a comparação com outras cidades do Brasil.
Com mais de trinta anos de serviços prestados, foi oportuno desenvolver algumas realizações com dedicação e amor e hoje com a consciência do dever cumprido, tenho a satisfação de gozar da estima e ser recebido de braços abertos pelos atuais membros da corporação e ouvi-los afirmarem que, nos últimos tempos, cada momento importante da corporação teve a participação, a marca e a chancela do Coronel Nonato. Isso me deixa muito orgulhoso.

Blog- Que recomendações você daria para os jovens que desejam entrar para o Corpo de Bombeiros? Que oportunidades a corporação oferece?

Nonato – A primeira recomendação que faria é que estudem e se preparem bem, porque a concorrência é grande, atualmente são mais de 50 candidatos para uma vaga. Muitos querem ser bombeiros porque, desde a infância, sonharam com isso por causa da figura do bombeiro-herói. Isso é muito gratificante para nós, como motivo de relações públicas, mas se o jovem quer ser mesmo bombeiro, esqueça-se esse negócio de ser herói, herói é o homem morto. O CB precisa é de homens vivos, técnica e moralmente bem preparados e que sejam corajosos, altruístas e desprendidos, a ponto de renunciarem a qualquer coisa para efetivarem com sucesso qualquer missão. Preparem-se para executar algumas vezes ações extraordinárias, sem necessariamente se tornarem heróis. Finalmente quero dizer que a vida de um bombeiro é um constante exercício de amor ao próximo e vale aqui repassar as palavras de Santa Tereza d'Ávila: "Jamais podemos amar perfeitamente ao próximo se não existe em nós um grande amor a Deus", o que muitas vezes me foi ensinado.
Quanto à oportunidade que a corporação lhes oferece, é a satisfação de se tornarem úteis à sociedade, um ambiente sadio para trabalhar e um serviço do qual eles só vão se orgulhar.

Blog - E o Estado do Pará, como você descreve no cenário nacional, em termos de economia, cultura, crescimento social, etc.? Que espécie de atividades o Corpo de Bombeiros mais desempenha por lá?


"Apregoam um desenvolvimento sustentável que nada mais é do que condenar o estado a voltar ao extrativismo e a população a voltar para as ocas".


Nonato – A economia paraense vem desempenhando um papel destacado na estratégia nacional para o equilíbrio das contas externas do país, figurando entre os maiores estados exportadores do Brasil. As principais atividades econômicas estão voltadas para o mercado externo, figurando com destaque na pauta de exportação. Os principais produtos exportados pelo Estado do Pará são: entre os minerais, hematita, alumínio e derivados, caulim, alumina e óxidos, ouro, bauxita, ferro-gusa, manganês e silício; produtos tradicionais: madeira, pasta química de madeira, pimenta, camarões congelados, castanha-do-pará, palmito em conserva, dendê, peixes, móveis e artigos de madeira, couros e peles, sucos e frutas. Devo ressaltar que o Pará é um estado com uma população muito pobre, com um índice de analfabetismo muito alto, portanto, um estado pobre, mas potencialmente rico. Vale notar que o Pará é detentor das principais jazidas minerais do país e do mundo, dentre as quais se destacam o minério de ferro, bauxita e cobre. Também com grande potencial de minerais não metálicos, como a gipsita, quartzo, caulim e muitos outros como o petróleo, urânio e mais. Não sei por que razão, não se pode nem falar que tudo isso existe no Pará. É importante destacar que o Estado do Pará concentra em seu território cerca de 34% de toda a Bacia Amazônica, ou seja, mais de um milhão de quilômetros quadrados, sendo incalculável seu potencial hidrelétrico que está sendo subutilizado com a Usina Hidrelétrica de Tucuruí.
A fisiografia do Estado do Pará, como toda região amazônica, condicionou fortemente o processo de ocupação econômica do seu território até meados do século XX, tendo por base o extrativismo animal e vegetal. Com abertura de grandes eixos viários, tanto no sentido norte-sul, através da rodovia Belém-Brasília, como leste-oeste, com a Rodovia Transamazônica, essa tendência natural alterou-se radicalmente nas décadas de 1960, 1970, 1980 e 1990, dando origem à implantação de grandes projetos agropecuários e industriais, desencadeando um intenso fluxo migratório que fez proliferar numerosos núcleos urbanos, especialmente no sul do estado. Esse processo foi induzido pelo governo brasileiro a partir da década de 1960. Tornou-se ainda mais acelerado na década seguinte, através de políticas de desenvolvimento regional com o objetivo de integrar o Pará à economia nacional. Ao final desse período, o estado chegou a absorver cerca de 40% das migrações interestaduais, revelando o caráter polarizador que passou a assumir na região.
Hoje o Pará sofre um descompasso, é o inverso, as políticas públicas direcionadas para cá são feitas sob ideologia terrorista de devastação da Amazônia, aquecimento global, agora mudanças climáticas, falta d'água no planeta e outras baboseiras, afetando a economia do estado, onde é proibido plantar soja, cana-de-açúcar e até criar gado. Não se pode fazer pasto. Apregoam um desenvolvimento sustentável que nada mais é do que condenar o estado a voltar ao extrativismo e a população a voltar para as ocas.
Quanto à cultura, um traço marcante do povo paraense é a hospitalidade. Somadas a esta afetividade que prende, no bom sentido, e cativa os visitantes, temos as comidas regionais, como o pato no tucupi, o tacacá, a maniçoba, o vatapá, o caruru, o pirarucu e uma variedade de pescado com o sabor especial da terra paraense, sem contarmos com a variedade de frutas com as quais são feitos sorvetes e outras delícias com sabores diversos, não se esquecendo do açaí. Na arte cerâmica temos a cultura marajoara, tapajônica e outras. Temos o Círio de Nazaré, que é a maior festa religiosa do povo paraense. Mas também não deixa de haver os costumes, como também o seu folclore; deleitamo-nos com as danças como o carimbó, o síria, a lambada, e agora o brega. A propósito: venham nos visitar, o Pará terá um enorme prazer em recebê-los, assim poderão sentir o que não sei, ou não consigo descrever.

Blog – Que espécie de atividades o Corpo de Bombeiros mais desempenha por lá?

Nonato – O Corpo de Bombeiros desenvolve várias atividades, além de combater incêndios, que podemos dizer que é a sua principal razão de ser. Por sinal, hoje é o que menos se executa no CB, em função do eficiente serviço de prevenção, a sua principal atividade. Esse serviço de prevenção é executado diariamente através de vistorias nas edificações, aprovação de projetos de segurança contra incêndio e educação, através de cursos e palestras. Quanto aos serviços de socorro, o que mais se destaca é o serviço de salvamento, principalmente nas ocorrências de acidentes de trânsito.

Blog – Após ter chegado ao posto máximo no Corpo de Bombeiros, a que atividades você se dedica atualmente?

Nonato – Atualmente a minha atividade... Bem, já tive outras atividades depois que aposentei, mas atualmente mesmo a minha atividade é a mesma de quando era moleque: faço o que quero e o que bem entendo e às vezes nada, além de brincar com meus netinhos, cuidar do meu sitiozinho, viajar com minha esposa e tudo mais o que Deus me permite, a Quem rendo muitas graças.

Blog – Em que pontos a sua formação como seminarista ajudou no sucesso de sua profissão e de suas atividades atuais?

"... saber conviver com diferentes tipos de comportamentos...".

Nonato – Como já citei, tudo que aprendi no tempo de seminarista e as circunstâncias daquela vida, são responsáveis pelo que sou. Os pontos de maior relevância daquele aprendizado são a disciplina, o cumprimento dos horários, o respeito que se tinha para com os mais antigos, isso me ajudou muito no trato com a hierarquia. O amor ao próximo que nos era ensinado, saber conviver com diferentes tipos de comportamentos, isso foi o maior prodígio para nossa vida.  Uma coisa que inegavelmente foi de muito grande valia para mim, foi  lá que aprendi a estudar, e a outra foi que ao deixar o seminário saí com base de conhecimentos para enfrentar qualquer curso de graduação.

Blog – Há algum fato pitoresco ou interessante que ocorreu com você naqueles velhos tempos?

Nonato – Fato pitoresco ou interessante que tenha ocorrido comigo, no momento não me ocorre nenhum. Sempre fui um cara comum que vivia e vivo o dia a dia da maneira que se apresenta, procurando viver da melhor maneira possível. Entretanto, se porventura a minha rebeldia e o meu espírito de aventura tenham extrapolado algumas vezes... Mas isso quem sabe contar são meus colegas e meus antigos mestres, eu não me lembro.


Blog – Há algum outro esclarecimento que queira oferecer aos nossos amigos do blog?
Em 2007, Rafael, Nonato, Benone e
Alfredo reunidos em Juiz de Fora,
tema: organização do I Encontro.  
Nonato – Quero dizer da minha satisfação de poder estar me comunicando com vocês, depois de quase 50 anos, e até poder me reunir anualmente com alguns. Este foi um sonho que almejei por todos estes longos anos e só foi possível depois que o meu estimado amigo José Rafael se juntou a mim com o mesmo sonho. Gostaríamos de ter conseguido isto bem antes, quando ainda não fôssemos, alguns carecas, outros de cabelos brancos e a maioria barriguda, para podermos jogar aquela pelada. A satisfação é grande, principalmente, em sentir que todos ainda guardam as boas lembranças daquela época e que todos formaram belas famílias e estão bem felizes.